Brasileirão, cinquentão, tem Santos octacampeão

De Curitiba

Santos, Palmeiras, Botafogo, Cruzeiro, Bahia e Fluminense aguardam desde o começo do ano a manifestação definitiva da CBF sobre o Dossiê da Unificação dos Títulos Nacionais.

O trabalho, encabeçado pelo Peixe e corroborado pelos demais clubes citados, contém 200 páginas com fotos, entrevistas, reproduções de matérias de jornais, documentos e relatórios técnicos que não deixam dúvidas: a Taça Brasil e, depois, a Taça Roberto Gomes Pedrosa foram, entre 1959 e 1970, os campeonatos dos quais saíam o campeão brasileiro de futebol.

Ou seja, o Brasileirão faz em 2009 exatos 50 anos.

“Os meios de comunicação da época chamavam essas equipes de campeãs brasileiras e as torcidas comemoraram esses títulos", disse, quando da apresentação do Dossiê, o autor do estudo, o jornalista Odir Cunha. A Brasil e depois a Roberto Gomes Pedrosa indicavam o representante do país na Libertadores da América, ressalta também o trabalho.

A consistência do Dossiê talvez explique o silêncio da CBF. Negar os fatos, ela não pode, estão todos muito bem expostos, argumentados. Reconhecer, seria afrontar a Globo e Abril, maiores responsáveis por criar essa amnésia na crônica esportiva.

Em tempo: aos 50, o Brasileirão tem Santos e Palmeiras, com oito títulos cada, como os maiores campeões.

• Para saber mais sobre o dossiê, CLIQUE AQUI. E sobre os oito títulos do Peixe, acesse www.octacampeao.com.br.

Pepe, como o Canhão da Vila, é gol na certa

De Curitiba

José Pepe Mujica.

É ele quem esperamos ver na presidência da nosso Uruguai no ano que vem. As eleições - segundo turno - são neste domingo, dia 29.

Candidato da Frente Ampla, coalizão de esquerda que desde 2005, com Tabaré Vasquez, governa o país vizinho, Mujica é a continuidade de políticas sociais, populares, e de ideais e práticas afinados com os de Lula no Brasil, Cristina Kirchner na Argentina, Lugo no Paraguai, Chávez na Venezuela, Rafael Correa no Equador, Evo Morales na Bolívia, Daniel Ortega na Nicarágua e Michele Bachelet no Chile.

Adelante, hermanos!

• Saiba mais sobre as eleições uruguaias, e acompanhe a cobertura do pleito, em www.telesurtv.net
• Conheça Pepe Mujica e as propostas da Frente Ampla em www.frenteamplio.org.uy.

Do quarto de dormir

De Curitiba

"A janela" e "2012".

Dois recentes filmes que falam do mesmo tema: o último dia.

"2012", o último dia do planeta. "A janela", o último dia de uma vida.

"2012", norte-americano, custou exatamente mil vezes mais que "A janela", argentino: 260 milhões de dólares, ante 260 mil dólares.

Bom, mas não é o orçamento que faz uma obra tocar.

"2012" parte de interessante enredo, a teoria do fim do mundo preconizada pelos Maias. Fica por aí o interessante. O resto, um filme hollyodiano como qualquer outro: hiperbólicas cenas de ação, romances sem propósito, heroísmo piegas... Happy end daqueles.

"A janela" parte de um enredo bem menos antropológico. Mas, a partir do cotidiano de uma cidadezinha no interior do sul da Argentina, da rotina de uma vida comum, vai no âmago da humanidade.

"2012", ainda nas salas de cinema. "A janela", ao menos em Curitiba, agora só em locadoras.

Clicando AQUI e AQUI você confere duas entrevistas com o diretor Carlos Sorín, da película argentina, e fica sabendo um pouco mais de "A janela".

Dia da Consciência

De Curitiba

Negra.

Dia em que devemos refletir, para estar sempre (cons)ciente, sobre a imensurável dívida que temos com nossos irmãos.

Negros.

Cotas em universidades, feriado, museus, filmes, debates, manifestos, tudo é muito pouco, tudo é nada para compensar a escravidão que impusemos - há bem pouco tempo - aos nossos irmãos.

Negros.

Da África, berço da humanidade, da África que passa fome, carece de água. A África de nossos irmãos.

Negros.

A África, a brasilidade.

Negra.

Pacote de efemérides

De Curitiba

Plínio Marcos fez e entrou para a história porque contava, sem eufemismos, as histórias da nossa gente - não as do Leblon nem as dos Jardins, mas as do Porto de Santos, das bocas, dos marginalizados, do submundo.

Contava essa realidade com fidelidade porque não era só contemplador dela - dela era personagem. Estivador, palhaço, virou ator, dramaturgo, compositor, sambista, cronista, jornalista. Santista da Ponta da Praia, gostava mesmo era das ruas operárias do Macuco, da zona do Paquetá, dos feirantes do Mercado.

O Jornal da Orla, onde Plínio Marcos manteve uma coluna de crônicas nos últimos dois anos de vida, lembra-nos que na próxima quinta-feira, 19, dia da nossa bandeira, completam-se dez anos da morte de um maiores pensadores brasileiros.

A última crônica ("Coisas da Vida" - o amor entre o marujo Valdemar e Maria de Lourdes) de Plínio Marcos e reportagem especial sobre a partida dele podem ser conferidas em www.jornaldaorla.com.br. E sua trajetória está resumida num sítio feito a partir de acervo dos filhos: www.pliniomarcos.com

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Velho Leão da Caneleira

Plínio Marcos era torcedor do Jabaquara Atlético Clube, fundador da Federação Paulista de Futebol, hoje sediado na Caneleira, bairro da Zona Noroeste santista.
O Jabuca, lembra-nos também o Jornal da Orla (CLIQUE AQUI), faz 95 anos neste domingo, 15.

Revelou, além de ilustre torcedor, jogadores como Gilmar dos Santos Neves. A revelação mais recente, o atacante Rodrigão.

Há esperanças entre os bravos torcedores, sustentadas por uma recente parceria firmada com Pelé, de que os bons velhos tempos voltem.

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Alto do 15

15 de novembro é aniversário do Jabuca, é aniversário da Proclamação da República.

O de 1989, o do centenário, ou o de exatos 20 anos atrás, é da histórica eleição presidencial que viria a colocar Fernando Collor na presidência.

Viria a colocar porque naquele 15 de novembro de duas décadas passadas, também um domingo, por uma diferença de meio ponto percentual de brasileiros votantes, Leonel Brizola não conseguiu ir para o segundo turno, disputado um mês depois.

Porque se o embate collorido tivesse sido contra o velho caudilho, ah, companheiros, Brizola teria faturado.

Mas a Globo, além de inventar Collor em laboratório, na reta final estimulou a ascensão de Lula para conter a eminente vitória brizolista.

O portal R7 viaja nos 20 anos e resgata aquele 15/11: www.r7.com.

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Bi do Peixe

E para terminar com o leque de datas a serem lembradas, há 46 anos, 16 de novembro de 1963, o Santos vencia o Milan num Maracanã lotado - 110 mil pessoas - e conquistava o bicampeonato mundial: www.santosfc.com.br.

Para ver as meninas

De Curitiba

Quase 10 mil pessoas estiveram agora há pouco no Alto da Glória para ver as Sereias da Vila.

E presenciaram - torcedores de carteirinha, debutantes, crianças e velhinhos - um espetáculo de Marta e Cristiane.

Não que elas joguem fazendo firulas. É que a habilidade com que tocam a bola é tanta, a leveza com que conduzem a bola é tamanha, que é assim, natural, uma arte o jogar futebol delas.

Foram 4 a 0 sobre o aguerrido Novo Mundo e mais um passo para dar ao Santos outro título na temporada e compensar o desalento da nação para com o time profissional masculino.

Sangue caliente corre na veia

De Curitiba

Havia poucos meses de inaugurado quando, há 20 anos, este blogueiro, ainda nas séries iniciais do ensino fundamental, numa excursão de escola (lá de Santos), visitou com a turma e professores o Memorial da América Latina, no bairro de curioso nome de Barra Funda, em São Paulo.

A beleza do conjunto arquitetônico e o propósito do complexo cultural, bem explicado pelos mestres do colégio que nos acompanharam e pelos instrutores que nos recepcionaram, certamente semearam este patriotismo, vira-e-mexe explicitado aqui, para com nuestra rica nação que vai do México à Patagônia.

E tatuada na parede da memória ficou a escultura à entrada do Memorial, e seu significado, também muito bem nos traduzido pela professora.

Pois é, há exatas duas décadas, o Estado de São Paulo, com (reconheça-se) Orestes Quércia e a turma do velho MDB de guerra à frente do governo, encampou a bandeira pela integração latino-americana.

A empreitada fora comandada pelo jornalista e escritor Fernando Morais, então secretário de Cultura; pelo antropólogo Darcy Ribeiro e o arquiteto Oscar Niemeyer. Em tempo recorde, o Memorial foi erguido.

E está lá, com exposições permanentes, outras itinerantes, vídeo e biblioteca para serem explorados, e a arquitetura para ser contemplada. A internet permite uma visita à distância, virtual: www.memorial.sp.gov.br.

Tudo a ver com você

De Curitiba

Desculpem-nos, assíduos e fiéis navegantes, pelo abandono a que esteve relegado este espaço. Mas é que os dias têm sido atribulados; tempo tem faltado.

Adelante.

O alcance deste Macuco é ínfimo, no entanto, como o trabalho é mesmo de formiguinha, reforcemos aqui a divulgação da Conferência Estadual de Comunicação que o Paraná realiza neste final de semana - de sexta, 6, a domingo, 8, em Curitiba.

Oligopólio, novas tecnologias, inclusão digital, criminalização dos movimentos sociais, qualidade da programação - a pauta é extensa, todavia inadiável.

Você que está aqui, e que por aí navega também; você que zapeia pelos canais de televisão, sintoniza as ondas do rádio, lê jornal ou revista, usa celular para ligar, torpedear ou tuitar: (usurpando conhecido jargão) você e a Conferência, tudo a ver.

Porque a democracia só se consolida com a democratização da comunicação. O que ainda parece longe.

Como diz a jornalista Rachel Bragatto (foto), tal qual na questão agrária, a área da comunicação é marcada por latifúndios: muito na mão de poucos.

Fora a total ausência de transparência e pluralidade na definição de políticas e medidas.

Bom, a oportunidade para começar a mudar essa lógica está lançada.

Mais sobre a Conferência do Paraná em www.confecomparana.pr.gov.br; a cobertura do evento, por www.agenciadenoticias.pr.gov.br.