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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Mais que mais um virar de folhinha

Orla de Santos, a partir da Ponta da Praia (foto: WAA)
De Santos

É um tanto exagerada essa expectativa despejada sobre os "anos novos" - não é por um mero virar da folhinha que a vida, o mundo melhoram.

Mas também é ceticismo ao extremo desconsiderar a passagem de ano como oportuna a mudanças.

Até porque o cotidiano nesta sociedade ocidental é guiado pelo período de 12 meses, o qual mais um está por se encerrar - e, encerrado, a gente recomeça um trabalho, avança de etapa no estudo, se vê diante de outras situações. 

Neste 2013, por exemplo, nossas cidades recebem novos governantes - sejam ou não do nosso agrado, vão conduzir a nau a partir de amanhã, e neles precisaremos estar de olho.

Enfim, o deixar o ano velho para encarar o novo é um pouco mais do que uma troca de calendário.

De modo que o momento é ideal a balanços, à atualização de planos, à revisão de atitudes, ao planejar de projetos.

É o momento, principalmente, de desejar lucidez a todos.

Saúde, paz, alegria, feliz 2013!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Anoitecer da última sexta-feira de 2012

Oceano Atlântico visto da Ponta da Praia (foto: WAA)
De Santos

Que o ano termine assim, devagar-devagarinho, como o crepúsculo na orla santista hoje.
 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O descaso do Governo Alckmin com o transporte na Baixada Santista

Nestes dias de calor, sistema de ônibus é desumano (foto: WAA)
De Santos

O governador Geraldo Alckmin poderá ser o candidato do PSDB à presidência da República em 2014 e certamente na campanha virá com o discurso da importância do investimento em transporte público e lugares-comuns semelhantes.

Pois saibam vocês, desde já, que será pura demagogia, como se vê pela praxis tucana.

Aqui na Baixada Santista, a 15ª maior região metropolitana do Brasil em população, a gestão Alckmin ou é incompetente ou age de má-fé ou é subserviente aos interesses privados, ou tudo junto e misturado ao mesmo tempo.

Porque é inadmissível que os 1,7 milhão de habitantes da Baixada sejam servidos por um transporte metropolitano obsoleto, lento, desconfortável e caro, gerenciado pelo governo estadual, por meio de sua Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

(Lembremo-nos: desde 1995, o PSDB "governa" São Paulo. Alckmin, desde 2001)

Bilhete único por aqui, até agora nada. Os itinerários das linhas são irracionais. Os ônibus, quase todos da Viação Piracicabana (do Grupo Constantino, controlador da Penha e Gol Linhas Aéreas, entre outras diversas empresas de transporte urbano no país), são chassis de caminhão encarroçados. Há mais de dez anos os cobradores foram retirados dos coletivos e os motoristas fazem dupla função (uma lei estadual chegou a ser aprovada pela Assembleia Legislativa mas, contando com a omissão do governo estadual, as empreas de ônibus conseguiram impedir a vigência do texto legal), o que retarda as viagens.

Um caos. 

Nestes dias de temperaturas a 40 graus então, esse sistema de ônibus, que já é indigno, torna-se desumano.

É só tomar uma das linhas que ligam Santos a São Vicente, a Praia Grande ou a Cubatão pra conferir.

Desde 1995, os tucanos anunciam para a Baixada a implantação de uma rede de veículos leves sobre trilhos, o tal VLT. Semana passada Alckmin esteve em Santos requentando a promessa.

Nem implantam o VLT nem modernizam o sistema de ônibus.

Reiterando: incompetência, má-fé ou subserviência ao poder econômico?

sábado, 22 de dezembro de 2012

De Curitiba para Santos, via tríplice divisa

Próximas atualizações do blog virão de Santos (foto: Governo SP)

De Curitiba

Retardei a viagem de final de ano para este sábado na esperança de que a situação na rodoviária de Curitiba esteja menos caótica e, nas estradas, mais tranquila.

De modo que, embora a dor do parto seja forte, parto esta noite, primeiro para a tríplice divisa Paraná-São Paulo-Mato Grosso do Sul e, na segunda-feira, para Santos.

Só reencontrarei Curitiba ano que vem.

Porém, assíduos e fiéis navegantes deste blog, fiquem sossegados que desde a inspiradora paisagem santista pretendo lhes importunar com alguns posts aqui.

Por enquanto, então, Feliz Natal a todos! Mas, desde já também, um 2013 de muita saúde, paz e alegria!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Carnaval antes do Natal

Mais uma vez, sambas da Portela e da Vila Isabel são os destaques

De Curitiba

Estamos a alguns dias de desejar um Natal feliz; antes, no entanto, vamos falar do carnaval.
É só daqui a um mês e meio mas, nas escolas de samba, certamente a contagem é regressiva e os trabalhos, acelerados.

Como tem se tornado tradição, este Macuco Blog faz breves considerações sobre os sambas de enredo - o motor de um desfile - das escolas do Rio de Janeiro. Por mais caprichada e luxuosa que for uma apresentação, se o samba falhar, difícil o desempenho da escola ser espetacular.

Deixemos a enrolação de lado, vamos ao que interessa.

Antes de mais nada, 2013 não reserva sambas fora-de-série como foram, em 2012, o da Vila Isabel e o da Portela. Mesmo assim, são delas também os dois grandes sambas deste carnaval que se avizinha. Confira:

  • Portela: samba gingado, sobre um ótimo enredo, a história do bairro de Madureira e, por tabela, da própria escola. Muito bem interpretado por Gilsinho, que a cada ano se aproxima do grupo dos grandes nomes da avenida.
  • Vila Isabel: a toada e o sotaque caipira são os destaques (o enredo é sobre a vida na zona rural). Talvez tenha se excedido em estereótipos, mas nada que comprometa. Na voz do grande Tinga, a quem assistimos no carnaval de inverno curitibano do Aos Democratas, tem tudo pra levantar a galera.
  • Beija-Flor: a turma de compositores e o inigualável Neguinho da Beija-Flor conseguiram transformar um enredo, em primeira análise, insignificante (a raça de cavalos mangalarga), numa aula de história muito bem cantada e, ao que tudo indica, muito bem sambada.
  • Unidos da Tijuca: o refrão é o destaque desse bom samba, que fala sobre a Alemanha. Mais uma vez, a escola da Zona Norte desponta como favorita.
  • União da Ilha do Governador: o samba não é ruim mas, diante do baita enredo que tinha em mãos (o centenário de Vinícius de Morais), era de se esperar mais. De qualquer forma, se mantiver o desempenho de 2012, não será surpresa se a União da Ilha ficar entre as seis em 2013.
  • Imperatriz Leopoldinense: bom samba sobre o Pará. 
  • Inocentes de Belford Roxo: engradece o samba a voz do Wantuir - depois do Neguinho da Beija-Flor o melhor intérprete do sambódromo (todavia estranhamente dispensado da Grande Rio).
  • Salgueiro: em relação ao que a gente está acosumtado a ouvir do Salgueiro, o samba deste ano, sobre a fama, ficou devendo.
  • Mangueira: vacilou em não homenagear Jamelão no ano de seu centenário. Vem com enredo patrocinado, sobre Cuibá, com um samba comum - não ruim, porém pouco contagiante.
  • Grande Rio: o samba tornou o enredo, uma defesa das atuais regras dos royalties do petróleo, quase que um enredo separatista, ao estilo "o Rio é o meu país". Olha só: "vem cá, me dá, o que é meu, é meu", diz verso do refrão.
  • Mocidade Independente de Padre Miguel, sobre o Rock in Rio, e São Clemente, sobre as novelas do horário nobre da televisão, são sambas recheados de intertextualidades.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O iphone da Gradiente e o complexo de vira-latas

O aparelho lançado pela fabricante brasileira

De Curitiba

Impressionante como está enraizado em nós brasileiros o tal complexo de vira-latas.

Mesmo naturais do território mais rico do planeta, berço de gênios universais na música, na pintura, na arquitetura, nas ciências sociais, no esporte, na política, na pedagogia, no cinema, na literatura e em tantas outras áreas, temos a dificuldade de nos considerarmos capazes.

Alguns episódios trazem isso à tona.

O anúncio ontem, pela Gradiente, do lançamento de seu iphone, expôs, nas piadas e, sobretudo, nas análises "sérias" de "especialistas" consultados pela mídia, essa tendência de nos enxergarmos inferiores. Mais que isso: nossa condição de "colonizados".

Num ramo dominado por transnacionais, o da eletroeletrônica, uma das sobreviventes de capital nacional , a Gradiente, ousa dizer que tem, ela, e não a gigante estadounidense Apple, o direito a utilizar a marca "iphone" no Brasil.

Diante dos documentos que atestam o registro da marca no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) pela Gradiente, alguns "entendidos" em marketing ouvidos pelos portalões de notícias na internet criticam, ainda assim, a apropriação da marca pela fabricante brasileira. Como "iphone" já está ligado à maçã, dizem tais especialistas, não pega bem à empresa da Zona Franca de Manaus tomar o termo de volta.

Nas redes sociais, algumas tiradas até têm sua graça; outras são evidente manifestação - disfarçada por um suposto humor - dessa inferioridade (quando não submissão mesmo). Boa parte até tolerável - passamos décadas sendo ensinados de que o que presta é o que vem de fora. Outra parte, reprovável, afinal vem de gente dita instruída, estudada, entendida, esclarecida.

Em tempo: um estádio para a Copa 2014 já está pronto. Fica no Nordeste, em Fortaleza, no Ceará: o Castelão.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A seleção do Congressão

Perigo: o Judiciário avançando na seara do Legislativo (foto: WAA)

De Curitiba

A temporada 2012 de futebol, para o Brasil, terminou, em fim, neste final de semana, com a decisão do Mundial de Clubes. Há uma outra temporada, a do legislativo nacional, que está para se encerrar - nesta semana com, por sinal, importantes decisões também.

Faz parte do balanço de perdas e ganhos a gente relacionar os protagonistas. A nossa seleção do Brasileirão postamos aqui. Já a seleção do Congressão é esta a seguir:

  • No gol: o senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Discreto, sem aquelas defesas pra sair na foto, mas assumiu bem a posição de líder do governo. 
  • Lateral-direita: o senador Collor (PTB-AL). Bom, seleção é momento e, na ala direita, o destaque foi o ex-presidente, pela sua ousada atuação no caso Carlinhos Cachoeira (um dos poucos a denunciar a relação do bicheiro com a revista Veja).
  • Zaga: os senadores Suplicy (PT-SP) e Paulo Paim (PT-RS). Defendem bem seu time, mas sabem sair pro jogo também. 
  • Lateral-esquerda: o deputado Dr. Rosinha (PT-PR). Cobre com eficiência a defesa, sem deixar de se apresentar para o jogo, pela esquerda.
  • Meio-de-campo: as deputadas Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) e Luíza Erundina (PSB-SP) e o deputado Luiz Alberto (PT-BA). As duas, pela beleza com que atuam, sem perder a firmeza - sobretudo em questões como direitos humanos, democratização das comunicações. Já o baiano assegurou lugar em razão de sua proposta do serviço social obrigatório remunerado.
  • Ataque: o senador Requião (PMDB-PR) e os deputados Delegado Protógenes (PCdoB-SP) e Ivan Valente (Psol-SP). Requião porque segue brigador no ataque, sem temer divididas, marcando golaços ao defender os interesses nacionais; Protógenes também - destaque pela sua luta para a instalação da CPI da Privataria Tucana. Já Ivan Valente entra nessa porque a gente precisa ter alguém que saiba jogar aberto pela ponta-esquerda - ainda que corramos o risco de levar umas invertidas da direita adversária.
  • Técnico: o deputado Marco Maia (PT-RS). Como presidente da Câmara, tem defendido o Legislativo da ingerência do Judiciário.
  • Revelação: o deputado Romário (PSB-RJ). O baixinho repete nos carpetes do plenário a competência dos tempos dos gramados das canchas de futebol.

sábado, 15 de dezembro de 2012

O Santos em busca de uma casa maior

Vila Belmiro, excelente estádio, mas com capacidade de público limitada (foto: WAA)

De Curitiba
A torcida tem cobrado reforços para 2013, mas é sobre um novo estádio para o Santos Futebol Clube que está na hora de atual diretoria tomar uma decisão.

São três as opções mais recorrentes: ampliar o Urbano Caldeira, construir uma arena nova ou assumir o Pacaembu.

Não sei qual delas é a melhor. Os prós e contras de cada uma equilibram a balança.

O fato é que o clube precisa de um estádio com maior capacidade de público. O da Vila Belmiro é um excelente espaço: bem localizado, boa infraestrutura, e é a própria representação da centenária história do Peixe.

No entanto, está com sua capacidade restrita - menos de 20 mil pessoas, nas atuais condições de segurança impostas pelas autoridades -, o que compromete as receitas com bilheteria.

Isso porque, para compensar a limitação de unidades vendidas, o ingresso tem que custar um pouco mais. Mas, aí, o ingresso caro afugenta o torcedor. Por outro lado, não dá para cobrar entrada barata porque, por mais que o estádio lote, a arrecadação não cobre as despesas.

Pelo menos de 20 anos para cá vários projetos de remodelação e ampliação do Urbano Caldeira vêm sendo apresentados. A execução não é fácil, pois ao redor não existe área livre. Teria de haver intervenção do poder público, com desapropriações, regulamentações. Ou seja, saída cara e burocrática. É, todavia, a que mais preserva as tradições alvinegras.

A construção de um novo estádio também é onerosa. E tem o custo imaterial, sentimental: o de deixar a “Vila Mais Famosa do Mundo”. A favor, a perspectiva de o patrimônio do clube ter incorporada uma arena moderna, multiuso, que propicie faturamento não só com futebol mas com shows e outras atividades. Poderia ser erguida em Cubatão, equidistante da Vila Belmiro, do ABC e da capital paulista, onde a nação santista também está presente.

A opção mais prática é a adoção do Pacaembu, semelhante ao uso que o Botafogo faz do Engenhão, no Rio. Afinal, não significa uma saída definitiva da Vila Belmiro e, ao mesmo tempo, permite que o Peixe tenha garantido um estádio de maior capacidade perto de seu torcedor - da Baixada ou do Planalto.

Evidentemente, por se tratar de um espaço público, algumas medidas político-administrativas precisariam de ser tomadas, de modo a não ferir o interesse da coletividade. Mas, para a própria municipalidade de São Paulo, a parceria seria imprescindível porque, com o novo estádio em Itaquera e com o Morumbi, o Parque Antártica e o Canindé, o Paulo Machado de Carvalho tende a ficar ocioso.

Difícil, né?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O centenário do Rei do Sertão Luiz Gonzaga


De Curitiba

Luiz Gonzaga completaria 100 anos hoje, 13 de dezembro. Entre tantas homenagens, destaco o samba-enredo do desfile campeão deste ano, o da Unidos da Tijuca.

No vídeo, trechos do desfile, sem a narração, só com o samba - belo, por sinal, cheio de referências à obra do rei do baião. Acompanhe:

"O dia em que toda a realeza desembarcou na avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão"

Autores: Vadinho, Josemar Manfredini, Jorge Callado e Silas Augusto
Intérprete: Bruno Ribas

Nessa viagem arretada
"Lua" clareia a inspiração
Vejo a realeza encantada
Com as belezas do sertão!
"Chuva, sol", meu olhar
Brilhou em terra distante
Ai que visão deslumbrante, se avexe não!
Muié rendá é rendeira
E no tempero da feira
O barro, o mestre, a criação!

Mandacaru a flor do cangaço...
Tem "xote menina" nesse arrasta-pé
Oh! Meu padim, santo abençoado
É promessa eu pago, me guia na fé

Em cada estação, a "triste partida"
Eu vi no caminho vida severina
Á margem do Chico espantei o mal
Bordando o folclore raiz cultural...
Simbora que a noite já vem,
"Saudades do meu São João"
"Respeita Véio Januário, seus oito baixo tinhoso que só"
"Numa serenata" feliz vou cantar
No meu pé de serra festejo ao luar...
Tijuca a luz do arauto anuncia
Na carruagem da folia, hoje tem coroação!

A minha emoção vai te convidar
Canta Tijuca vem comemorar
"Inté Asa Branca" encontra o pavão
Pra coroar o "Rei do Sertão"


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O futuro "na chon"

A loucura imobiliária destruiu hospital psiquiátrico (foto: Do Quintal)

De Curitiba

Não é mania de passado, nem ficar do lado de quem não quer navegar.

Mas esta sanha do setor imobiliário, do qual em regra o poder público tem sido cúmplice, precisa de limites.

Porque essa especulação está pondo "na chon" a história das nossas cidades, da nossa gente.

Fiquei boquiaberto quando soube que o Hospital Psiquiátrico do Bom Retiro, em Curitiba, foi demolido no último final de semana, para dar lugar a um arranha-céu.

Além de referências arquitetônicas, a edificação abrigou uma instituição que, por sinal, batizou o bairro onde foi erguida – Bom Retiro.

Como é que deixaram derrubar algo tão peculiar para, no lugar, levantar mais um prédio igual a qualquer outro?

Pior é que de tantos outros casarios nem os escombros sobraram também. Como bem lembrou o Rafael Martins em seu Baixa Gastronomia (ler aqui), tempos atrás a tradicionalíssima fábrica da Matte Leão, no antigo polo industrial curitibano, o Rebouças, foi destruída. E é só andar pelas ruas e avenidas da cidade, que é isto: aquele chalé, ontem de pé, hoje está cercado por tapumes, amanhã ocupado por tratores, gruas e guindastes...

E assim os nossos símbolos, os espaços que contam a evolução da cidade são sacrificados por conta dela, a “evolução”.

Até hoje não me conformo, por exemplo, com o fato de terem eliminado do mapa a sede do Clube XV, na Praia do Boqueirão, em Santos, projeto de 50 anos atrás, premiado na 10º Bienal de Arquitetura de São Paulo.

Ainda quero me encontrar com o então presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), Bechara Abdalla (que hoje é secretário municipal de Planejamento!), para saber por que, à época (em 2001), não se opôs (pra dizer o mínimo) à derrubada daquela construção que era um ícone da paisagem da orla santista.

Compare você, leitor, nas fotos seguintes: o que é mais evoluído e desenvolvido, o prédio antigo, com suas características sem igual, ou a torre nova, que nada de diferente acrescenta à paisagem?
O prédio que tomou o lugar do Clube XV
Sede era referência na orla santista (fotos: Oitavo Canal)


O que é ficar do lado do progresso: defender a beleza do passado que vai encantar no futuro, ou acabar com o ontem que vai fazer falta amanhã?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

De outro planeta

Alceu Valença dirigindo "Luneta do Tempo" (foto: divulgação)
De Curitiba

Pepe é o maior artilheiro da história do Santos Futebol Clube.

Na verdade, Pelé tem mais gols, mas, como diz o Canhão da Vila, "Pelé não vale, não é deste planeta". Portanto, entre os terráqueos, Pepe é o principal goleador da centenária trajetória do Peixe.

Pois tem mais gente por aí que não deve ser daqui.

Alceu Valença é um desses. 

Só pode ser de outro planeta.

Além de genial músico e compositor, Alceu, que em 2012 comemora os 40 anos de seu primeiro disco, envereda-se por tudo quanto é caminho das artes.

Já foi até ator - incorporou Lampião, em "Mandacaru", na saudosa TV Manchete.

Agora, está prestes a lançar seu primeiro longa metragem, "Luneta do Tempo".

O roteiro e a direção são dele, Alceu Valença.

É ambientado no agreste pernambucano. Fala, de acordo com entrevistas dadas pelo Papagaio do Futuro, do repente, da literatura de cordel, da história, dos personagens nordestinos.

Agora, o mais curioso: todos os diálogos do roteiro são em rima. Imagina só!, um longa metragem com texto todo rimado. Um repente audiovisual de 90, 100 minutos.

Essa figura é ou não é de outro planeta?

E ainda bem que ele dá expediente aqui na Terra. Melhor ainda, aqui no Brasil.

É ou não é fértil este solo brasileiro?

A previsão é de que "Luneta do Tempo" estreie no início de 2013. Aguardamos com expectativa.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer fica

O sangue de nuestra pátria no Memorial da América Latina...
... o Alvorada, lá no planalto, que beleza!...
O museu que leva seu nome, a encantar nossos olhos (fotos: WAA)

De Curitiba

Nesta virada de 5 para 6 de dezembro, e será assim pelos próximos dias, tantos episódios estão sendo relembrados, entrevistas reprisadas, depoimentos resgatados, fotos republicadas, rascunhos recuperados, que estão justas, bonitas e emocionantes as reverências a Oscar Niemeyer, arquiteto da vida.

Mas, mesmo assim, diante de tão grandiosas homenagens, faz-se aqui a nossa - modesta, singela, todavia não menos sincera, porque o sentimento de perda é grande.

Gostaria, e tentarei estar, de ir ao velório de Oscar Niemeyer na sua mais exuberante, porque gigante, obra-prima, Brasília. Não sei se será possível.

De todo modo, consola-nos a certeza de que, ao mesmo tempo em que Oscar Niemeyer parte, ele fica.

Está na nossa capital federal, no Memorial da América Latina, no Copan, no Ibirapuera, na Ilha Porchat, na França, na Argélia, nos Cieps, no Sambódromo Darcy Ribeiro, em Niterói, aqui pertinho no Centro Cívico, em Curitiba... Estará no Museu Pelé, em Santos, em breve.

A vida é um sopro e Oscar Niemeyer tem muito a nos ensinar fazer dela bela.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Balanço do Brasileirão 2012

Neymar e Arouca, imprescindíveis ao Peixe (foto: SFC)
De Curitiba

Com a última rodada do Brasileirão neste final de semana (já?!), termina a temporada 2012 do futebol brasileiro.

Para reflexão, um tema trazido à tona dias atrás pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, que questionou a quantidade de equipes rebaixadas da primeira para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

O argumento de Luxemburgo tem sentido: num torneio tão equilibrado, no qual em cada temporada pelo menos metade dos times entra com reais condições de ser campeão, não se faz justiça impor o descenso a 20% das equipes.

A solução, na avaliação deste blogueiro, não é diminuir o número de rebaixados, como sugere Luxemburgo. É aumentar o número de equipes tanto na série A como na série B.

Ora, seja em dimensões territoriais ou em quantidade de grandes e tradicionais clubes, o Brasil é incomparavelmente superior à Itália, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha, Portugal. No entanto, temos aqui na primeira divisão o mesmo número de participantes dos campeonatos nacionais daqueles países.

Já escrevi sobre isso cinco anos atrás: do jeito que estava e está, o campeonato brasileiro de futebol reproduz a elitização e a exclusão às quais assistimos em diversos outros setores da vida nacional.

Considero como ideal, no mínimo, 24 times na série A e 24 na série B. Aí sim, haveria lógica em rebaixar quatro equipes.

Claro, se o calendário hoje já é espremido, incluir mais oito rodadas seria um desafio. Mas é possível, sim, apertando um pouquinho mais, deixar o Brasileirão com a amplitude que é a vocação deste Brasilzão.


Seleção do Brasileirão

Esta é a minha: Diego Cavalieri (Fluminense); Paulo Miranda (São Paulo), Leonardo Silva (Atlético/MG), Réver (Atlético/MG) e Carlinhos (Fluminense); Arouca (Santos), Paulinho (Corinthians), Zé Roberto (Grêmio) e Ronaldinho Gaúcho (Atlético/MG); Neymar (Santos) e Fred (Fluminense). Revelação: Bernard (Atlético/MG). Técnico: Alexandre Gallo (Náutico).

Sobre o Santos Futebol Clube

A temporada do centenário foi satisfatória. Garantimos o tri paulista, fomos campeões da Recopa Sul-Americana e, apesar de todos os desfalques durante o Brasileirão - nosso craque, Neymar, convocado para a seleção, atuou em menos da metade das partidas disputadas pelo Peixe - encerramos o nacional entre os dez primeiros. Para 2013, é preciso, prioritariamente, de um meia de ligação e um lateral-esquerdo.