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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O iphone da Gradiente e o complexo de vira-latas

O aparelho lançado pela fabricante brasileira

De Curitiba

Impressionante como está enraizado em nós brasileiros o tal complexo de vira-latas.

Mesmo naturais do território mais rico do planeta, berço de gênios universais na música, na pintura, na arquitetura, nas ciências sociais, no esporte, na política, na pedagogia, no cinema, na literatura e em tantas outras áreas, temos a dificuldade de nos considerarmos capazes.

Alguns episódios trazem isso à tona.

O anúncio ontem, pela Gradiente, do lançamento de seu iphone, expôs, nas piadas e, sobretudo, nas análises "sérias" de "especialistas" consultados pela mídia, essa tendência de nos enxergarmos inferiores. Mais que isso: nossa condição de "colonizados".

Num ramo dominado por transnacionais, o da eletroeletrônica, uma das sobreviventes de capital nacional , a Gradiente, ousa dizer que tem, ela, e não a gigante estadounidense Apple, o direito a utilizar a marca "iphone" no Brasil.

Diante dos documentos que atestam o registro da marca no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) pela Gradiente, alguns "entendidos" em marketing ouvidos pelos portalões de notícias na internet criticam, ainda assim, a apropriação da marca pela fabricante brasileira. Como "iphone" já está ligado à maçã, dizem tais especialistas, não pega bem à empresa da Zona Franca de Manaus tomar o termo de volta.

Nas redes sociais, algumas tiradas até têm sua graça; outras são evidente manifestação - disfarçada por um suposto humor - dessa inferioridade (quando não submissão mesmo). Boa parte até tolerável - passamos décadas sendo ensinados de que o que presta é o que vem de fora. Outra parte, reprovável, afinal vem de gente dita instruída, estudada, entendida, esclarecida.

Em tempo: um estádio para a Copa 2014 já está pronto. Fica no Nordeste, em Fortaleza, no Ceará: o Castelão.

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