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domingo, 4 de novembro de 2012

Prefeito eleito, libere os fretados

Foto do Blog do Favre traz recado que mostra retrocesso da proibição
De Santos

Na Avenida dos Bandeirantes, no caminho entre o Aeroporto de Congonhas e a Rodovia dos Imigrantes, rumo a Santos, as placas de sinalização das zonas de restrição aos ônibus fretados fizeram lembrar que é o momento de aproveitar este período de transição na administração municipal de São Paulo para fazer um apelo ao prefeito eleito, Fernando Haddad: ponha fim nessa sandice.

Com a restrição aos fretados, imposta em 2009 pela gestão Kassab-Serra, 70 mil dos 370 mil passageiros do litoral e do interior que se utilizavam desse meio de transporte para ir e voltar da capital, todos os dias, para trabalho ou estudo, migraram para o transporte individual. Ou seja, com aquela medida elitista, o trânsito paulistano deve ter ganho no mínimo uns 50 mil automóveis circulando diariamente.

Os dados são da federação que reúne as empresas de transporte por fretamento e foram divulgados mês passado nesta matéria do Portal Via Trólebus. Já esta do saudoso Jornal da Tarde traz depoimentos de quem se viu obrigado a utilizar o carro particular por conta da proibição.

A restrição é evidentemente elitista por duas razões.

Primeiro, porque as proibições aos fretados, operados geralmente por viações menores, locais, atendiam - e atendem - aos interesses das grandes empresas concessionárias das linhas regulares (Cometa, Grupo Áurea, Grupo Ruas...), pavorosas de concorrência.

Segundo, porque a medida objetivou tirar de vias nobres aqueles veículos de gente pobre. Onde já se viu os empresários e executivos da Paulista, Berrini, Faria Lima, com seus possantes, dividirem seu precioso espaço com coletivos abarrotados por essa massa vinda de fora?

A restrição, conforme os números demonstram, incentiva o uso do veículo particular, em detrimento do transporte público - medida que vai, portanto, na contramão do que é básico para melhorar o trânsito nas cidades. 

E sacrifica a vida daqueles que não têm outra alternativa, os quais desde então gastam mais tempo e dinheiro com deslocamento, passam menos tempo em casa, com a família. 

Logo, prefeito Haddad, haja logo.

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