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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Banda Mordida: ela ‘morde’ e ‘arranca’ pedaço

Grupo tem três shows marcados para este mês
Fazia tempo que não se via uma plateia tão extasiada com uma apresentação musical. Aconteceu no começo do mês, um sábado, 2 de abril, na Concha Acústica, Praia do Gonzaga, em Santos.

Outono, mas noite de verão: calor, jardim da orla repleto, e arquibancadas da Concha – mais de 220 lugares – tomadas. Outros, acompanhando do lado de fora. Todos envolvidos pela Banda Mordida e seu repertório valioso, sua performance ímpar.

O show emocionou. A Banda Mordida tirou pedaço. Um pouquinho de cada um ficou ali, sob o céu negro estrelado, à beira do mar, eternizando aquele momento. A Banda Mordida volta a se apresentar nesta sexta-feira, dia 15, em Santos, no Casarão Santa Cruz, a partir das 22h.

MPB, samba, samba rock, rock, pop, clássicos do passado e contemporâneos compõem o leque de canções que a Banda Mordida utiliza para enamorar o público.

Pensa no melhor da música, e vais ter – e melhor ainda.

A “Mordida” é recém-nascida – o grupo foi montado em novembro; o primeiro show ocorreu em dezembro. Tem Dama Santos no baixo, Paula Matta (percussão) e Juliana Damázio (voz) na formação do grupo. (Na apresentação na Conha Acústica estava também Rosy Padron, violão e voz; na desta sexta, no Casarão, estará Paulinho Sete Cordas, informa a produtora do grupo, Pri Calazans)

O Macuco Blog entrevistou a vocalista do grupo, a atriz Juliana Damázio, que tem uma baita voz, uma atuação de intérprete de raiz, uma simpatia e carisma cativantes.


Juliana fala da felicidade com o trabalho desenvolvido nesses primeiros passos da banda: 

“A banda fica muito feliz, a gente tem ficado muito feliz com o que o público tá falando, que tá gostando muito da gente. É a resposta do nosso trabalho, do nosso amor (…) É só gratidão o que a gente tem no nosso coração.”

Comenta sobre a rotina de ensaios e de busca de espaço no cenário musical: 

“A gente vai marcando o ensaio conforme vai tendo show. Todas [exercem outras atividades], então tem que conseguir um horário que seja bom pra todo mundo (…) A Pri Calazans trabalha muito bem, é muito determinada, vai muito atrás das coisas que ela acredita, e ela acreditou na gente desde o começo.”

Explica a definição do repertório, a preparação para os shows – que tem variação, dependendo das características do local ou do público: 

“A gente tem um sistema democrático. Cada uma leva uma sugestão de músicas, somos bem abertas a levar músicas novas. O repertório varia de show pra show (…); ou se não muda a pegada da música – se tá tocando um pouquinho mais lenta, coloca um pouquinho mais de forrozinho, ou groove, ou black music, jazz; ou então a gente vai trocando a melodia da música.”

A vocalista adianta  novos projetos da banda: 

“A gente tá trabalhando numa música autoral. Ainda não tem nome (…) A gente quer cada vez mais fazer som, e a gente quer sempre ‘tá perto dessas pessoas que fazem bem pra gente.”

Juliana é da música “desde pequenininha”, conforme ela mesmo define: 

“Sempre cantei, desde pequenininha. Eu era envangélica, frequentava uma igreja evangélica, dos 2 aos 19, 20 anos [hoje ela tem 24 anos]. Eu dançava na igreja, cantava [a irmã também]. Na escola que estudei tinha aula de teclado e de flauta. Sempre gostei de música, desde pequeninha ouvi Chico, Cazuza, Legião, Marisa Monte… Adorava ouvir essas vozes e essas músicas gostosas.”

Ao final da conversa, Juliana Damázio destacou o poder que a arte tem de unir as diferenças. “A arte une as pessoas, isso acho incrível, e isso quero que não acabe nunca.”

Nestes dias de polarização na vida brasileira, em razão do cenário político, taí uma boa forma de aguentar o tranco: procurar forças na união que a arte é capaz de propiciar. Deixar-se morder pela Banda Mordida é, para isso, uma boa pedida.

Em abril, o grupo tem mais dois shows marcados: dia 20 (meia-noite), no Torto Mpbar, e dia 30 no Casa Velha, ambos em Santos.

Por @waasantista, postado de Curitiba 
| Fotos: facebook da Banda Mordida 
| Publicado também no Brasil Observer

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