O petróleo e o gás do pré-sal já atraem investimentos na cidade, num ritmo e perspectiva que lembram o desenvolvimentismo experimentado 100 anos atrás, quando o ciclo do café revolucionou a então pequena vila.
Justificável e salutar se animar com os bons ventos, afinal depois de perseguida na ditadura e de vitimada pelo neoliberalismo e sua privataria nos anos 90, era hora de Santos ser recompensada.
No entanto, há que se domar um pouco essa euforia, porque ela parece cegar para os erros de sempre.
Preocupa a expansão imobiliária desenfreada, a privatização dos espaços públicos, a elitização cada vez mais acentuada dos serviços e atividades disponíveis ou dos que surgem.
Edifícios superluxuosos da Ponta da Praia em meses estão arranhando os céus; na outra ponta, os conjuntos populares para eliminar os cortiços no Paquetá sobem tijolo por tijolo numa lentidão inexplicável e injustificável.
Condomínios "clubes-de-morar" anunciam quatro, cinco vagas de garagem por apartamento - só se for para deixar os carrões guardados, porque nas ruas e avenidas não há espaço para circularem. Trânsito lento, quando não parado, é rotina na avenida da praia, na Ana Costa, na Conselheiro Nébias, na Nossa Senhora de Fátima, no Canal 2...
Apressa-se a construção da ponte para carros entre Santos e Guarujá. O metrô leve, porém, para levar trabalhadores e estudantes, nem nos discursos aparece mais, e a gente da Baixada continua a ser carregada apinhada, nos ônibus do Grupo Constantino, que monopoliza o transporte na região.
A orla segue bem cuidada, tratada e embelezada. A Zona Leste carece. De zelo.
Bom, imprescindível refletir, e imperdível curtir, logo mais à noite, na Praia do Gonzaga, a apresentação que Toquinho faz em presente aos santistas.
Feliz aniversário, pátria amada!
Na foto, tirada por este blogueiro, a Ponta da Praia.
ResponderExcluirSantos parece uma cidade muito boa, e pela foto da pra ver que muito linda!
ResponderExcluirEspero um dia poder conhecer :)