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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

És o avesso do avesso do avesso...

De Curitiba

As últimas semanas, São Paulo, não lhe dão um pingo só de motivos para comemorar mais um 25 de janeiro.

Pelo contrário, lhe derramam uma enxurrada de razões para lamentar os erros em 456 anos de história.

Pesa-lhe ser a síntese do melhor e do pior, das discrepâncias deste país.

A capital que concentra 12% do PIB brasileiro nos apresenta as mansões do Morumbi e os barracos inundados do Jardim Helena. A capital onde primeiro desembarcam as inovações tecnológicas e as atrações culturais abriga famílias que sequer têm uma praça perto de casa para os filhos brincarem.

O requinte da Oscar Freire se contrapõe ao comércio popular da 25 de Março. As construções seculares do Anhangabaú tentam resistir ao tempo enquanto se expandem os edifícios futuristas na Berrini.

Mas no meio do concreto da Paulista - que começa na Paraíso e termina na Consolação -, o oásis verde do Trianon intocável está. Há território para os bairros operários da Móoca e do Brás; e para os boêmios da Vila Madalena e da Faria Lima.

Se sua elite é cega e conservadora, sua periferia cria um hip-hop contestador, combativo, lutador. Houve lugar para acolher portugueses, italianos, japoneses; nordestinos e nortistas. Está sempre a receber caipiras e caiçaras. Nos cantou o samba de Adoniran Barbosa e o rock de Rita Lee.

Portanto, São Paulo, finda esta tempestade, o sol nascerá.

Levanta, sacode a poeira (quando a lama secar) e dá a volta por cima.

3 comentários:

  1. certamente o sol nascerá. mas parece que não para todos. e pergunto: como podes são paulo cantar?

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  2. Dei uma olhada por cima e achei interessante o seu blog, indicado por uma amiga da UP.
    Eu tbm sou paulista.
    Paulistano, para ser mais exato, e às vezes morro de saudades da terra da garoa.

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