De Curitiba
Há pessoas que, quanto mais a gente insiste, tenta convencer, mais irredutíveis ficam. Às vezes começam até a repensar e a concordar, mas se, lá vamos nós de novo tocar no assunto, teimam em não ceder.
Por isso os torcedores do vôlei devem tomar todo o cuidado na tarefa de fazer a levantadora Fofão a reconsiderar sua aposentadoria da seleção brasileira.
Aos 40 anos de idade, mais da metade deles dedicados à modalidade, Fofão acaba de encerrar uma campanha brilhante na Superliga, o campeonato brasileiro - e o mais competitivo em todo o planeta - de clubes.
Com a habilidade nata, a sabedoria de uma veterana e a disposição e motivação de uma novata, Fofão levou o São Caetano às semifinais e, por poucos pontos, seu time deixou escapar a ida à decisão (que será, pela sexta temporada consecutiva, disputada entre Osasco e Rio de Janeiro).
Aos jornalistas que têm lhe perguntado ao final das transmissões das partidas, sempre marcadas por uma exibição de gala da atleta, Fofão procura ser firme em sustentar sua decisão. No fundo dos seus olhos, no embargar de sua voz, porém, é possível notar uma pontinha de dúvida.
Então, galera, a gente até poderia dizer a Fofão, "olha, a seleção precisa muito do seu talento e da sua experiência para o bi-olímpico; não tem levantadora no mundo jogando como você; não pendure a verde-amarela".
Todavia, para não encher, digamos, "Fofão, você vai fazer mó falta, a seleção não será a mesma sem ti, mas, tudo bem, a gente entende, mais de 20 anos nessa rotina de treinos, viagens ao outro lado do mundo, concentrações e constante clima de competição, e todos os títulos pensáveis alcançados, 'tá certo, vá descansar".
"Mas", emendemos, "olha lá, hein, capaz de você sentir uma saudade..."
Foto: www.cbv.com.br
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