Nem a bela paisagem ameniza a aridez da função de guiar (Foto: WAA)
De Curitiba
Milhões de pessoas na Grande São Paulo estão sendo prejudicadas pela greve dos motoristas de ônibus e condutores de trens e metrô.
A partir do dia 13, outra porção de milhares de passageiros, desta vez os da região metropolitana da Baixada Santista, deverá ficar sem transporte público.
A paralisação só vem piorar o calvário dos paulistas que dependem de condução.
E vem expor as condições indignas de quem trabalha conduzindo a gente.
Principalmente na Baixada Santista, a greve marcada para começar daqui a uma semana e meia não é só por salários.
Os motoristas querem um basta na exploração.
Há dez anos, quem trabalha dirigindo os coletivos exerce a função também de cobrador.
Ou seja, além de cumprir a árdua missão de guiar no cada vez mais selvagem trânsito, precisa se preocupar com troco, em dar informação ao passageiro, em conferir se ninguém pula a catraca...
Não à toa, denuncia o sindicato da categoria, é crescente o número de afastamentos. Não há homem-de-ferro para suportar tamanho desgaste.
Existe uma lei estadual, da então deputada Maria Lúcia Prandi (PT), que proíbe a dupla função. Mas as empresas de ônibus, amparadas pela cumplicidade do Governo do Estado e pela falta de senso de justiça do Poder Judiciário, têm conseguido barrar a implantação do ato legal.
A greve é um grito de desespero.
Pena que pune mais os que são vítimas, do que os que são vilões nessa trama.
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