Revista traz reportagem sobre a história da cerveja em Santos
De Santos
Não sei se a preferência era nacional mas, ao menos em Santos, assim que a cerveja chegou e começou a cair no gosto popular, parece que a preta era a favorita.
A excelente "Almanaque de Santos", revista trimestral lançada neste ano pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santos, traz uma ótima matéria sobre os mais de 100 anos de consumo da bebida na cidade - e no país.
A ampla reportagem é ilustrada com reproduções de anúncios publicitários de cervejarias locais, nacionais e importadas, os quais destacam a cerveja na versão escura. Há apelo também aos benefícios à saúde propiciados pelo produto.
"A cerveja preta da Penha dá extraordinário vigor e purifica o sangue. As pessoas que fizeram uso da nossa cerveja, diariamente, mesmo às refeições, nunca podem sofrer do estômago, tal a forma por que ajuda a digestão", diz trecho de um anúncio publicado no Diário de Santos de 11 de março de 1908.
A matéria da "Almanaque" lembra ainda que a cidade, além de ter abrigado linhas de produção da Antarctica e da Caracu, teve também suas cervejarias nativas. A Penha, do anúncio transcrito acima, é uma delas.
A pioneira foi a São Bento, "que chegou a ser a mais importante da Província de São Paulo na década de 1880 e que imperou absoluta em Santos por alguns anos", conforme informa a revista.
Depois surgiram a Recreio Santista, a Braz Cubas (em homenagem ao fundador da Vila de Santos), a Mossoró e a Anchieta ("A cerveja milionária", porque promovia um bolão dos jogos do Campeonato Paulista).
O slogan da Mossoró, marca da Cervejaria Columbia, indica que, ao contrário de hoje, a gelada que reinava não era a loira: "Cerveja Mossoró - preta, bôa e gostosa".
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