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sábado, 14 de janeiro de 2012

Do Centro de Paqueras à Praia do Joinville

 O CPE, sob as bênçãos de Santo Antônio, na orla santista (foto: www.melhordesantos.com.br)

De Santos

Tão interessante quanto descobrir a origem dos nomes dos lugares, os oficiais, é conhecer as curiosidades que cercam a origem dos apelidos, daqueles batismos extraoficiais de determinados pontos de um bairro, de uma cidade.

Mais que isso: saber por quanto tempo esses apelidos duram - se a alcunha de outrora é inferida pelas gerações atuais e se, pelo andar da carruagem, tem vida curta ou, não, ainda será utilizada por anos e anos e, quem sabe, até se transformar em toponímia oficial.

Essa reflexão surgiu dia destes, caminhando pelas praias de Santos - nelas justamente estão alguns desses pontos identificados por nomes que não se encontram nos mapas.

Um deles, o "CPE", Centro de Paqueras do Embaré. É a região da Praia do Embaré, na altura da Igreja de Santo Antônio, onde está um conjunto de quiosques de lanches. Um lugar onde, 40 e poucos anos atrás, quando surgiu a concentração daquelas barraquinhas, a galera se encontrava para comer e flertar - sob os auspícios do santo casamenteiro.

A palavra "paquera" é demodê mas, se não com a fama de antes, o CPE ainda é assim conhecido. Os sites dos quiosques, por exemplo, fazem questão de estampar a expressão, ao informar onde, dentro dos sete quilômetros da orla santista, estão localizados.

Outra referência parece ter pedido força, todavia permanece. É a Praia do Joinville. Não adianta procurar nos guias, no GPS, nas placas de sinalização de trânsito, que oficialmente essa identificação não existe. "O Joinville" é um faixa da Praia do Boqueirão, na direção da tradicional "Confeitaria Joinville", localizada na avenida beira-mar, próximo à Rua da Paz.

Ontem, sexta-feira início da noite, uma foca foi encontrada por ali. Acontessesse isso pares de anos atrás e o jornal e a televisão, ao dar notícia, diriam que o animal apareceu na Praia do Joinville. Não foi assim. O noticiário informou que o mamífero marinho perdeu-se na praia, próximo ao Canal 3.

Depois de dez horas tratada por veterinários e biólogos, a foca voltou ao Atlântico. E eu a buscar saber se "Praia do Joinville" havia caído no esquecimento, era coisa do passado. Ufa!, não. Há comunidades no Orkut (se bem que este está em extinção) e as barracas de praia daquele ponto e o Moby Dick, concorrida balada vizinha à confeitaria que homenageia a maior das cidades catarinenses, fazem menção ao tradicional apelido.

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