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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A ideia da tarifa zero nos ônibus

Hoje, paga mais justamente quem menos pode pagar (foto: WAA)

De Curitiba

Uma vez por ano a tarifa de ônibus em sua cidade aumenta, não é mesmo? Um reajuste que nem sempre é passivamente aceito pela população - há poucos dias assistimos à Polícia Militar de Pernambuco reprimindo manifestações em Recife; tempos atrás situação semelhante ocorreu em Vitória, Londrina, Florianópolis...

Pois bem, existe uma ideia, nem é tão nova assim - foi tentada em São Paulo em 1990 -, que merece e deve ser discutida pela sociedade. Aliás, pré-candidatos a vereador e prefeito nas eleições deste ano, façam o favor de colocar o tema em debate.

Trata-se do "Tarifa Zero", nome fantasia de um projeto que altera drasticamente a forma de custeio do transporte público. Em vez de você, usuário, pagar a passagem cada vez que subir no ônibus, faria o pagamento de forma indireta - isto é, por meio dos impostos que a gente já paga.

Pra ficar mais claro: o custeio seria semelhante ao de outros serviços públicos, como saúde, educação, segurança pública, coleta de lixo.

(Neste artigo publicado aqui, Lúcio Gregori, o secretário de Transportes do Município de São Paulo que tentou implantar a ideia, explica melhor como funciona)

Num primeiro momento, soa inviável - fica difícil a gente imaginar ônibus circulando por aí com a galera embarcando e desembarcando sem desembolsar nada. Mas é só resultado da nossa resistência a quebrar paradigmas. O que o "tarifa zero" inviabiliza mesmo são os lucros exorbitantes das empresas concessionárias, conquistados às custas do suor dos trabalhadores e estudantes.

Transporte coletivo não é mercadoria, é serviço público tão essencial como educação, saúde, cultura, segurança. Afinal, é pelo transporte que se pode chegar ao posto de saúde, à escola, ao cinema, ao ginásio de esporte. Transporte caro restringe o acesso a esses serviços.

Pra saber mais: www.tarifazero.org

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