Translate

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Maria Bethânia encerra desfiles; Portela é aclamada pelo público

Apresentação portelense foi admirada pelo sambódromo
“Se neste Carnaval não tinha favorita, agora tem”. Havia 40 minutos que a Portela estava na avenida – tinha, portanto, mais 40 para completar sua apresentação – quando o veredicto foi dado por Karla Santos, integrante da equipe técnica da escola e que acompanhava, extasiada, o andamento do desfile da agremiação.

Ao lado, a mãe, Sueli Bernardes, também do corpo técnico – modela fantasias e adereços -, endossou as palavras da filha.

Não só ela.

A maioria dos 70 mil espectadores da segunda noite dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, à medida que a Portela se apresentava, cravava, das arquibancadas: “é campeã, é campeã!”. Se as notas dos jurados vão revelar o mesmo, só saberemos ao final da tarde de Quarta-Feira de Cinzas, quando ocorre a apuração.

Mas, de fato, com desfile cênico, pontuado por carros alegóricos gigantes e cheios de efeitos, a Portela se credencia a conquistar, depois de 32 anos de jejum, o título do Carnaval carioca.

A disputa, porém, será acirrada.

Salgueiro e Mangueira também encantaram e empolgaram a Passarela do Samba Darcy Ribeiro, na Rua Marquês de Sapucaí, na segunda (e que entra para a história) noite de desfiles. Se somam à Beija-Flor, destaque da noite anterior.O Macuco Blog/Brasil Observer, junto com o Rio de Janeiro a Janeiro/Brasil Observer, cobriu as apresentações e lista as principais impressões da noite:
  • Os desfiles da segunda-feira foram abertos pela Vila Isabel. Veio com excelente enredo (centenário de Miguel Arraes, o Pai Arraiá, e toda a geografia e cultura de Pernambuco) e um dos três melhores sambas do ano – se não o melhor. Não foi uma passagem imponente, porém bastante autêntica, de raiz, e animada.
  • Também com a essência do Carnaval – enredo e samba consistentes – o Salgueiro fez tremer a Sapucaí. Inspirado na Ópera do Malandro, o desfile falou do brasileiro, do homem do povo, do trabalhador, que dribla as dificuldades da vida com ginga, não se rende diante das dificuldades.
  • A São Clemente fez jus ao enredo – o mundo dos palhaços – e divertiu a plateia com um desfile bastante criativo e muito caprichado. Os dois excelentes refrões do samba-enredo ajudaram arquibancadas, camarotes e frisas a seguirem junto com a escola.
  • A Portela (foto acima) uniu a tradição da escola às invencionices do carnavalesco Paulo Barros. Ao que tudo indica, a receita foi bem sucedida. Gilsinho e Wantuir, a dupla de intérpretes, fez o samba render bem na avenida. Mas a simpatia do público foi conquistada mesmo com os carros alegóricos gigantes e repletos de efeitos especiais que ilustraram um enredo, porém, pra lá de abstrato (uma viagem a um mundo de imaginações). 

Lucy Alves na equipe de puxadores de samba da Imperatriz

  • A Imperatriz, com um enredo sobre Zezé di Camargo e Luciano, misturou samba com música sertaneja. A bela letra confirmou o samba-enredo da Imperatriz como um dos três mais bonitos do ano, e que entra para a lista dos melhores dos carnavais. Destaque para a co-interpretação do samba pela cantora Lucy Alves (foto), que trouxe sua sanfona e incorporou o som do instrumento ao desfile.
  • Maria Bethânia, a homenageada da Mangueira, veio no último carro da escola, que encerrava os desfiles de escolas de samba do Carnaval 2016. A popular agremiação empolgou com apresentação vistosa e embalada por um contagiante samba-enredo. As referências à música brasileira e a presença de nomes da MPB no desfile temperaram o desfile da Verde e Rosa.
LEIA MAIS

Nenhum comentário:

Postar um comentário