Translate

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Reminiscências do Carnaval I: a moça que temperou o samba com a sanfona e o sotaque paraibano

Ela pretende voltar em 2017. Tomara.

Há exata uma semana o Desfile das Campeãs encerrava o histórico Carnaval de 2016. Histórico por uma série de razões. Uma delas a estreia na avenida da cantora, compositora e sanfoneira Lucy Alves.

Convidada por um dos fundadores da Imperatiz Leopoldinense e um dos compositores do samba-enredo sertanejo da escola deste ano, o Zé Katimba, a multi-artista Lucy Alves, no ano em que completa 30 de vida, foi co-intérprete de samba na agremiação do bairro de Ramos.

Na Passarela do Samba Darcy Ribeiro, na Rua Marquês de Sapucaí, a moça de João Pessoa incorporou ao samba de carnaval o som da sanfona, a voz macia e o sotaque a paraibano.

Com o talento, o sorriso cativante e a garra demonstrados, mais a beleza nata, Lucy Alves conquistou o sambódromo. Na Praça da Apoteose, ao término da apresentação da Imperatriz no sábado passado, Lucy Alves concedeu breve entrevista ao Macuco Blog.



Depois do desfile oficial, na madrugada de terça-feira de carnaval, e daquela apresentação no das campeãs, que palavras sintetizariam tal experiência?, foi a primeira pergunta.

“Gratidão”, respondeu ela, que em seguida enumerou os merecedores desse sentimento: gratidão a todos integrantes da Imperatriz Leopoldinense, à comunidade da escola e à equipe de puxadores de samba que deu todo o apoio à iniciante; gratidão pelo carinho do público, gratidão pelos parabéns e felicitações que recebeu pelo desempenho na avenida.

“Emoção”, outra palavra que simbolizou aqueles momentos. “Foi uma das maiores emoções da minha vida”.

Emoção, pela natureza da experiência – afinal até o mais rabugento dos sujeitos não passaria indiferente à situação.

Mas “muito emocionante”, como definiu Lucy Alves, por ela ter participado da mistura do samba com o sertanejo [a Imperatriz homenageou a dupla Zezé Di Camargo & Luciano e, por tabela, seu gênero musical], “trazendo a sanfona para a Marquês de Sapucaí”. Um episódio que fica marcado na história do maior espetáculo da Terra.

Alguma vez na vida passara pela cabeça de Lucy Alves, desde criança envolvida com música, estar naquele palco máximo do samba cantando e tocando seu instrumento?

“Não, ‘magina, nunca; receber o convite [do Zé Katimba, para tocar e cantar na Imperatiz] foi uma surpresa; na minha carreira tudo tem acontecido de forma muito inesperada”, explicou a artista, que ficou nacionalmente conhecida pela participação, em 2013, no The Voice Brasil.

Ano que vem vamos encontrar Lucy Alves na Sapucaí de novo?

“Se Deus quiser quero tá aqui sim em 2017”.

Tomara queira, há de querer.

Os mais expertos e experientes no assunto definem os desfiles das escolas de samba do Rio deste ano como históricos, já dissemos no começo deste texto.

Enredos ricos, sambas-enredos empolgantes, disputa acirradíssima pelo título foram alguns dos ingredientes responsáveis pelo sucesso, de público e crítica.

A vitória da Mangueira, homenageando os mais de 50 anos de carreira de um dos maiores nomes da música mundial, Maria Bethânia, é outro fato que põe o Carnaval 2016 entre os mais marcantes de todos os tempos.

Pois daqui a meio século não será surpresa se outros 50 anos de história, o de Lucy Alves, for tema de desfile.

Estaremos lá para conferir.

Por @waasantista. Entrevista feita no Rio, texto postado de Curitiba 
| Fotos: @waasantista
| Publicado também no Brasil Observer

Nenhum comentário:

Postar um comentário