Passamos da Idade Média à vanguarda em cem anos |
Tenho curiosidade por temas relacionados à saúde mental, e dias destes estive lendo "O cemitério dos vivos", de Lima Barreto, que reproduz manuscritos feitos pelo autor quando de sua segunda internação no hospício.
Os relatos de Lima Barreto se somam a outros registros que fazem a gente encarar o mundo com mais otimismo. Porque, embora convivamos com incontáveis problemas de gravidade incalculável, quando olhamos para trás vemos que muito avançamos.
Só pela forma como a sociedade, hoje, encara e trata os doentes da mente, temos uma mostra de que evoluímos.
Os personagens e suas histórias, reais, que Lima Barreto apresenta são chocantes. O motivo de internação do próprio Lima Barreto - o alcoolismo - é outro fato a comprovar como aprendemos a lidar com os problemas psicológicos, psiquiátricos e neurológicos de nós mesmos.
Lima Barreto resumia assim o tratamento da saúde mental no início do século passado:
"Amaciado um pouco, tirando dele a brutalidade do acorrentamento, das surras, a superstição de rezas e exorcismo, bruxarias etc, o nosso sistema de tratamento da loucura ainda é o da Idade Média: o sequestro (...) Aqui no hospício, com as suas divisões de classes, de vestuário etc, eu só vejo um cemitério: uns estão de carneiro e outros de cova rasa. Mas, assim e assados, a loucura zomba de todas as vaidades e mergulha todos no insondável mar de seus caprichos incompreensíveis".
A humanização do tratamento dos doentes mentais é, em verdade, um processo recente - de menos de 30 anos para cá.
O Brasil, aliás, liderou esse processo - os programas de saúde mental implantados em Santos no final dos anos 80 e que se efetivaram como política nacional viraram referência para o mundo todo.
Já falamos sobre isso aqui no Macuco (clique sobre as #hastags mais abaixo e leia outros posts). Voltaremos a falar, sempre que a loucura clamar.
Só pela forma como a sociedade, hoje, encara e trata os doentes da mente, temos uma mostra de que evoluímos.
Os personagens e suas histórias, reais, que Lima Barreto apresenta são chocantes. O motivo de internação do próprio Lima Barreto - o alcoolismo - é outro fato a comprovar como aprendemos a lidar com os problemas psicológicos, psiquiátricos e neurológicos de nós mesmos.
Lima Barreto resumia assim o tratamento da saúde mental no início do século passado:
"Amaciado um pouco, tirando dele a brutalidade do acorrentamento, das surras, a superstição de rezas e exorcismo, bruxarias etc, o nosso sistema de tratamento da loucura ainda é o da Idade Média: o sequestro (...) Aqui no hospício, com as suas divisões de classes, de vestuário etc, eu só vejo um cemitério: uns estão de carneiro e outros de cova rasa. Mas, assim e assados, a loucura zomba de todas as vaidades e mergulha todos no insondável mar de seus caprichos incompreensíveis".
A humanização do tratamento dos doentes mentais é, em verdade, um processo recente - de menos de 30 anos para cá.
O Brasil, aliás, liderou esse processo - os programas de saúde mental implantados em Santos no final dos anos 80 e que se efetivaram como política nacional viraram referência para o mundo todo.
Já falamos sobre isso aqui no Macuco (clique sobre as #hastags mais abaixo e leia outros posts). Voltaremos a falar, sempre que a loucura clamar.
Por @waasantista, postado de Curitiba
| Publicado também no Brasil Observer
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