Mostra está na Cinemateca e tem entrada gratuita |
Ia escrever sobre a marcha do impeachment deste domingo, 13 de março de 2016, em Curitiba. Ato que lembra muito as marchas reacionárias que deram o fôlego para o golpe civil-militar de 1964.
Perambulei pela concentração. Tinha muita, muita gente mesmo. Dezenas de milhares ocuparam (embora a turma de tais marchas seja adepta do termo “invadiram”, quando é pra falar dos pobres) a Praça Santos Andrade, a Rua Marechal Deodoro e a Boca Maldita, no Centro da cidade.
Mais do mesmo: os clichês da Veja sendo repetidos, a mão de quatro dedos representando Lula, ofensas a ele e a Dilma em cartazes, pedidos de intervenção militar, entre outras tristes aberrações.
Fico por aqui, nesse assunto.
Prefiro falar de outro acontecimento bem mais proveitoso, também nesta fria Curitiba. (A temperatura neste domingo não alcançou a casa dos 20 graus; céu cinza e um ventinho constante obrigaram a gente a sair com manga comprida)
Um acontecimento que poderia ser aproveitado, inclusive, por muitos que estavam na tal marcha. Até porque havia muitos, muitos mesmos, bem intencionados, justamente indignados, todavia pouco ou mal informados.
Pouco ou mal informados sobre o que foi, o que é e o que pode ser este Brasil, além daquilo que sai na Veja, no Jornal Nacional e assemelhados.
O acontecimento, na real, é uma pequena mas consiste exposição na Cinemateca. “Viagem pitoresca através do tempo” é o nome da mostra, e traz desenhos e anotações do artista gráfico Glauco Rodrigues (1929-2004).
Glauco é gaúcho, e viveu em vários lugares do planeta. Entre esses lugares, no Rio de Janeiro. Os desenhos e as anotações da exposição na Cinemateca se referem à antiga capital do Brasil.
Por isso, mais do que ilustrar e narrar a evolução da cidade, da sua fundação aos tempos em que Glauco viveu, o artista relaciona a história do Rio de Janeiro à história do Brasil.
A desumana escravidão, a corrupção na era monárquica, a vanguarda do atraso da República Velha, o já citado golpe de 64 e suas drásticas sequelas, o desespero dos anos 80 e, principalmente, a esperança em nosso povo, o tempo todo.
É o que a exposição retrata.
O nome é preciso: uma viagem, pitoresca, através do tempo. O tipo de viagem que a gente vira-e-mexe precisa de fazer.
“Na sua obra gráfica, o Glauco nunca deixou de dizer: que país curioso este nosso, e que país bonito”, diz Luis Fernando Veríssimo, em texto no fôlder do evento.
A mostra fica em cartaz até o dia 23. A entrada é gratuita. A Cinemateca fica na esquina da Rua Carlos Cavalcanti com a Rua João Manoel, no São Francisco. Aberta até 20h, 21h dependendo do filme que estiver sendo exibido.
Mais do mesmo: os clichês da Veja sendo repetidos, a mão de quatro dedos representando Lula, ofensas a ele e a Dilma em cartazes, pedidos de intervenção militar, entre outras tristes aberrações.
Fico por aqui, nesse assunto.
Prefiro falar de outro acontecimento bem mais proveitoso, também nesta fria Curitiba. (A temperatura neste domingo não alcançou a casa dos 20 graus; céu cinza e um ventinho constante obrigaram a gente a sair com manga comprida)
Um acontecimento que poderia ser aproveitado, inclusive, por muitos que estavam na tal marcha. Até porque havia muitos, muitos mesmos, bem intencionados, justamente indignados, todavia pouco ou mal informados.
Pouco ou mal informados sobre o que foi, o que é e o que pode ser este Brasil, além daquilo que sai na Veja, no Jornal Nacional e assemelhados.
O acontecimento, na real, é uma pequena mas consiste exposição na Cinemateca. “Viagem pitoresca através do tempo” é o nome da mostra, e traz desenhos e anotações do artista gráfico Glauco Rodrigues (1929-2004).
Glauco é gaúcho, e viveu em vários lugares do planeta. Entre esses lugares, no Rio de Janeiro. Os desenhos e as anotações da exposição na Cinemateca se referem à antiga capital do Brasil.
Por isso, mais do que ilustrar e narrar a evolução da cidade, da sua fundação aos tempos em que Glauco viveu, o artista relaciona a história do Rio de Janeiro à história do Brasil.
A desumana escravidão, a corrupção na era monárquica, a vanguarda do atraso da República Velha, o já citado golpe de 64 e suas drásticas sequelas, o desespero dos anos 80 e, principalmente, a esperança em nosso povo, o tempo todo.
É o que a exposição retrata.
O nome é preciso: uma viagem, pitoresca, através do tempo. O tipo de viagem que a gente vira-e-mexe precisa de fazer.
“Na sua obra gráfica, o Glauco nunca deixou de dizer: que país curioso este nosso, e que país bonito”, diz Luis Fernando Veríssimo, em texto no fôlder do evento.
A mostra fica em cartaz até o dia 23. A entrada é gratuita. A Cinemateca fica na esquina da Rua Carlos Cavalcanti com a Rua João Manoel, no São Francisco. Aberta até 20h, 21h dependendo do filme que estiver sendo exibido.
Por @waasantista (texto e foto), postado de Curitiba
| Publicado também no Brasil Observer
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