De Curitiba
Da mesma forma que os gestores públicos se preocupam com a implantação de binários, anéis viários, corredores para ônibus, poderiam planejar e estabelecer vias destinadas à circulação de bicicletas e a caminhadas, para serem utilizadas pelos cidadãos nas suas locomoções diárias de casa para o trabalho, escola, lazer, compras, serviços.
Uma iniciativa exemplar foi adotada pelo Governo do Rio de Janeiro, que está elaborando um Plano Diretor de Transporte Não Motorizado, em 27 municípios do Estado. No último dia 3, um seminário que envolveu governo estadual, prefeituras, universidades e organizações não-governamentais colheu as primeiras sugestões.
Curitiba, por exemplo, tem uma malha cicloviária aproveitável para pedaladas por esporte, mas nada prática - na verdade, inútil - para o deslocamento do dia-a-dia. As ruas e avenidas (como as vias rápidas ou as de canaletas do expresso) onde estão os pontos geradores de tráfego, isto é, onde estão o comércio, os bancos, as lojas, as instituições de ensino, as repartições públicas, não são dotadas de ciclovias ou ciclofaixas.
Em Santos (foto), cidade plana portanto convidativa a pedaladas e deslocamentos a pé, as ciclovias até seguem percursos racionais. São ainda, no entanto, em extensão tímida. A expansão da malha deve ser acelerada.
Ciclovias como a em construção no Canal 1 certamente podem ser levadas aos demais canais, inclusive os no Marapé, Jabaquara e Zona Noroeste. A Avenida Nossa Senhora de Fátima também precisa com urgência de uma ciclovia, que se integre à da Avenida Martins Fontes.
Ciclofaixas podem muito bem ser implantadas ao lado do canteiro central das avenidas Pedro Lessa e Rodrigues Alves e na faixa da esquerda dos binários formados pelas ruas Carvalho de Mendonça e Joaquim Távora; e Floriano Peixoto/Galeão Carvalhal/Pedro de Toledo/Epitácio Pessoa e Guaiaó/Conselheiro Ribas/Conselheiro Lafayete/Amílcar Mendes Gonçalves/Azevedo Sodré/Euclides da Cunha.
E para "andar a pé"?
Bom, para isso as autoridades municipais devem por fim à privatização das calçadas. Os passeios têm que ser públicos, implantados, recuperados, desobstruídos, conservados e fiscalizados pela municipalidade.
As calçadas devem ter piso plano, serem ajardinadas, arborizadas, e em esquinas mais amplas ou em ilhotas e canteiros que separam fluxos das vias, bancos e coberturas para sombra se estabeleceriam como pontos de parada para descanso, ou de convivência, de encontro.
Hoje, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 20% das locomoções urbanas são feitas a pé ou de bicicleta, enquanto que 37% se dão por carro ou moto. É hora de se inverter isso. Teríamos cidades muito mais saudáveis e "sustentáveis" (como está na moda dizer), não teríamos?
Wagner:
ResponderExcluirGostei muito da sua materia.
Não sei se você tem conhecimento, mas existem mais de cinco ongs voltadas para a mobilidade urbana atraves de bicicletas na baixada santista. As que eu conheço sao CICLOSAN, TRANSITOLIVRE.ORG, ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE CICLISTAS, ASSOCIAÇÃO MOVIMENTO PEDALAR, ASSOCIAÇÃO AMIGOS DUAS RODAS e LIESP.COM.
Estamos providenciando a formação de um grupo ou lista para debates sobre assuntos ciclisticos, assim como yahoo grupos ou google grupos.
Gotaria muito que voce participasse.
Desde ja agradeço
David - davidalvessouza@bol.com.br
Pode contar comigo!
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