São seis as grandes irmãs às quais nos referimos aqui: Odebrecht, CCR (Camargo Correa), OAS, Triunfo, Queiroz Galvão e CR Almeida.
Guarde bem estes nomes.
Não é o “Estado”, o “governo” que tem o poder.
É o poder econômico que manda; é o poder econômico que, de fato, tem poder.
Essas seis irmãs estão cada vez mais poderosas.
Já eram gigantes e, com as recentes “concessões” de rodovias, portos, aeroportos, veículos leves sobre trilhos e monotrilhos, tocadas tanto pelo governo federal como por administrações estaduais e municipais, esses conglomerados cada vez mais se apossam do Brasil.
O transporte de carga, o transporte de nós, pessoas, a água e a energia que abastecem nossa casa; tudo isso cada vez mais passa pelas malhas e redes - a encher os cofres - dessas super poderosas.
Que vereador, deputado, senador, prefeito, governador, presidente, juiz, meio de comunicação vai ter coragem de enfrentar o interessas dessa meia-dúzia de irmãs, quando esse interesse divergir do interesse coletivo, do interesse público?
Aceitemos e incentivemos os investimentos privados, o capital produtivo, mas algumas regras claras e rígidas precisam ser impostas. Entre elas, mecanismos que impeçam esse oligopólio, esse loteamento do Brasil entre alguns poucos megaconglomerados.
O que está em curso é a divisão da infraestrutura brasileira (rodoviária, ferroviária, elétrica, aquífera) em capitanias; a distribuição entre compadres e comadres.
Para se ter uma ideia, dos sete leilões de concessões realizados do final do ano passado para cá pelo governo federal, seis ficaram com as super poderosas. Acompanhe:
Para se ter uma ideia, dos sete leilões de concessões realizados do final do ano passado para cá pelo governo federal, seis ficaram com as super poderosas. Acompanhe:
- Aeroporto do Galeão: Odebrecht
- BR-163 (MT): Odebrecht
- Aeroporto de Confins: CCR (Camargo Correa)
- BR-163 (MS): Odebrecht
- BR-060-153-262: Triunfo Participações
- BR-040: Invepar (OAS)
- BR-050: Consórcio Planalto
Há uma penca mais de concessões prometidas pelo governo; inadmissível que essas corporações continuem a abocanhar, abocanhar... O Estado precisa mediar, equilibrar esse jogo.
Até porque esses megaconglomerados já são "donos" de um monte de coisa. Confira um resumo, feito a partir de informações disponíveis nos sites dos próprios grupos:
Até porque esses megaconglomerados já são "donos" de um monte de coisa. Confira um resumo, feito a partir de informações disponíveis nos sites dos próprios grupos:
- O grupo Odebrecht, entre incontáveis outros negócios, tem as concessões do terminal Embraport (Porto de Santos), dos trens urbanos do Rio de Janeiro (Supervia), do Maracanã, de 700 quilômetros de rodovias pelo país, da Linha 4 do metrô de São Paulo (junto com a CCR), além, agora, do Aeroporto do Galeão e das novas estradas federais obtidas.
- O grupo CCR, por sua vez, domina, entre outros empreendimentos, a concessão da Via Dutra, da Porte Rio-Niterói, das barcas Rio-Niterói, de rodovias no interior do Paraná e São Paulo (entre elas, o Rodoanel), da Linha 4 do metrô paulistano, além, como já citado, das estradas federais recentemente leiloadas. A CCR pertence à Camargo Correa.
- A Triunfo Participações controla estradas no Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, terminais portuários em Navegantes (SC) e Manaus, o Aeroporto de Viracopos (Campinas, SP), fora hidrelétricas e outros negócios, e sem contar também o trecho de rodovias federais conquistado há pouco.
- A OAS, antes da BR-040, já tinha, entre outras concessões e obras, a da Linha Amarela, no Rio de Janeiro, a do metrô carioca e a do Aeroporto de Guarulhos.
- A Queiroz Galvão, que vai construir o VLT em Santos, opera rodovias no Paraná e Rio de Janeiro, concessões de serviços de água e esgoto, usinas de energia e outros empreendimentos.
- A CR Almeida tem a concessão de rodovias no Paraná, Espírito Santo e São Paulo - entre elas, o movimentadíssimo Sistema Anchieta-Imigrantes, canal de escoamento de boa parte da produção nacional para o Porto de Santos.
Insisto: o Brasil carece de investimentos em infraestrutura, é óbvio. Não, todavia, a qualquer custo, a custo da soberania do interesse público.
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