Um Pacaembu lotado assistiu ao show de Giovanni e cia. |
Há exatamente 20 anos ocorria uma das tantas partidas memoráveis da história do Santos Futebol Clube. Aquele jogo teve uma dramaticidade em especial não só pelas circunstâncias da disputa em campo, mas pelo momento pelo qual passava o Peixe.
Foi em 10 de dezembro de 1995, final de tarde para início de noite de um domingo. O palco, nossa casa na capital, o Pacaembu. Era a semifinal do Brasileirão de 1995.Na partida de ida, no Maracanã, o Santos tinha perdido por 4 a 1. Para chegar à decisão, precisaria, na volta, de ganhar por três gols de diferença.
A última vez que o Santos chegara à final de um Campeonato Brasileiro havia sido em 1983. Perdera para o Flamengo. Já o último título havia sido em conquistado em 1984, o do Paulistão.
Eram, portanto, nove anos sem uma taça. Pior que isso: fora de campo, o clube atravessava uma crise braba.
Em 1994, o então presidente Miguel Kodja Neto renunciou, logo em seu primeiro ano de mandato. Era fortemente acusado de liderar um golpe – o caso “Telebingo” – que causou prejuízos milionários à instituição alvinegro praiana.
Sem dinheiro, o presidente sucessor, Samir Abdul-Hak, optou pelo que chamou de “política pés no chão”: nada de contratar consagrados, com altos salários. A aposta foi na base, e em atletas com certa experiência, todavia menos badalados. O técnico, também da casa, Cabralzinho.
A receita deu certo. O Santos revelava o filho do Rei Pelé, o Edinho, como goleiro. Com a mística 10 também do Rei, a Vila Belmiro deu ao Brasil o craque Giovanni.
Aos poucos, na temporada de 1995 o Peixe foi evoluindo, avançando; mobilizava a torcida, agitava a cidade como há quase uma década não ocorria. E terminava o ano encantando nos gramados. Encantando pelo futebol arte e pela garra – duas marcas, aliás, desse épico jogo de 11 de dezembro de 1995.
O Santos fez um, dois, massacrava. No intervalo, a equipe não desceu para o vestiário. Reuniu-se no centro do campo e se alimentou da energia que a torcida emanava das arquibancadas.
No início do segundo tempo, fez o terceiro. De imediato tomou um revés. Recuperou-se do abalo e fez 4 a 1. Avassalador, fez o quinto, sempre com Giovanni a comandar.
Restavam sete minutos para o final. O Fluminense teria de marcar dois, nesse curto período. Não perdeu tempo: aos 40′, o tricolor das Laranjeiras diminuiu, esboçando uma reação que até então parecia impossível.
Foram 50 minutos em cinco. O relógio ia lento; o Fluminense pressionando, o Santos ameaçando atacar, porém ansioso, tenso, receoso de tomar um contragolpe fatal.
Fatal foi o Peixe. 5 a 2 e rumo à final, em busca do sétimo título brasileiro. Que acabou não vindo naquele ano – perdemos para o Botafogo, prejudicados principalmente por erros da arbitragem.
1995 seria, no entanto, um marco, uma virada na história do Santos Futebol Clube.
Voltaríamos a ser campeões em 1997, do Torneio Rio-São Paulo, e em 1998, da Copa Conmebol. O hepta brasileiro chegou em 2002, o octa em 2004.
Depois de Giovanni vieram Diego, Robinho, Ganso, Neymar… e o resto da história, você conhece, é o presente.
SAIBA MAIS
- Detalhes e fotos desse Santos 5 x 2 Fluminense no Imortais do Futebol
- O jogo vai ser reexibido nesta quinta, dia 10, pelo site do Globo Esporte
Postado por @waasantista, de Curitiba
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