Os 20 anos da inexplicável extinção do passeio de trem entre Santos e São Paulo

Estação santista do Valongo: ligação ferroviária com a capital até 1996

O Governo de São Paulo divulgou neste final de semana notícia sobre uma ótima dica de lazer para esta temporada de férias: as linhas turísticas operadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O passeio ferroviário não contempla, infelizmente, a descida da Serra do Mar.

Há praticamente 20 anos, em 1996, o mesmo Governo do Estado extinguiu o transporte de passageiros por trem entre a Estação da Luz, em São Paulo, e a Estação Ferroviária do Valongo (foto), em Santos.

Os gestores que ocuparam o Palácio do Morumbi largaram mão dos investimentos no transporte ferroviário. Preferiram construir a segunda pista da Rodovia dos Imigrantes.

Nestas quases duas décadas, a administração estadual acumula promessas de reativação da linha de trem para passageiros entre Santos e São Paulo.

Conforme noticiou o Via Trólebus em 2013, a própria CPTM chegou a elaborar um projeto de um ramal entre as duas cidades.

• LEIA AQUI – Túnel de 30 km deve abrigar trem que vai ligar São Paulo a Santos

A Agência Metropolitana da Baixada Santista em maio último reproduziu em seu site editorial do jornal A Tribuna em defesa da reativação da ligação ferroviária São Paulo-Santos para passageiros.

• LEIA AQUI – O editorial “À espera do trem Santos-São Paulo”, de A Tribuna

Ou seja, ao publicar o texto, o órgão estadual demonstra admitir a importância de se restabelecer o transporte ferroviário de pessoas entre a capital e o litoral. Se, há 20 anos, a extinção do serviço já era inexplicável, incompreensível também é agora a morosidade em se recolocar os trens nos trilhos.

As prefeituras da Baixada Santista, especialmente a de Santos, deveriam se mobilizar e pleitear a volta do trem de passageiros da Luz ao Valongo. O transporte de passageiros por meio ferroviário desafogaria o congestionado sistema Anchieta-Imigrantes. Mais que isso: pelo passeio propiciado, incrementaria sobremaneira o turismo em Santos e região.

Vale lembrar, por exemplo, que em frente à Estação do Valongo está o Museu Pelé.

Imagina que interessante seria um roteiro que começasse na Luz, passasse por Paranapiacaba, mergulhasse pela Serra do Mar e se encerrasse com uma visita ao acervo de relíquias do Rei do Futebol.

Por ora, as opções hoje disponíveis são estas noticiadas pelo Governo de São Paulo:

“Uma verdadeira conexão com o passado regada a atrações culturais, arquitetura e história. E o melhor, em contato com a natureza. Opção perfeita para quem quer conhecer melhor um novo lugar a bordo de uma locomotiva da CPTM com dois carros históricos fabricados no Brasil na década de 1960.

Entre os destinos estão a cidade de Mogi das Cruzes – localizada a 48 km da capital paulista e famosa pelos circuitos das flores – e o município de Jundiaí, que fica a 60 km e abriga o Museu da Companhia Paulista e também oferece passeios por trilhas pela Mata Atlântica da Serra do Japi. Já a rota mais procurada é a vila inglesa de Paranapiacaba, em Santo André, por conta dos roteiros ecológicos pela Serra do Mar ou Nascentes do Rio Grande.

Quem visita Paranapiacaba, além de todo charme inglês que permeia a arquitetura da vila, ainda pode conhecer e passear em uma locomotiva maria-fumaça, que funciona junto ao Museu Funicular. Para este destino, a CPTM oferece opções de embarque diferenciado. É possível entrar no Expresso Turístico de Paranapiacaba na Luz ou na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André (Linha 10-Turquesa, da CPTM), com tarifa reduzida.

Os vagões históricos que levam os passageiros aos pontos turísticos foram cedidos pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). Eles pertenceram à Estrada de Ferro Araraquara (EFA), onde operaram a linha de longo percurso entre São Paulo (Estação da Luz), Campinas, Araraquara, São José do Rio Preto e Santa Fé do Sul.

Antes de começarem a operar no Expresso Turístico, os vagões foram totalmente restaurados pela CPTM. São 174 poltronas para acomodar confortavelmente os turistas, além de espaço reservado para cadeira de rodas (com cinto de segurança e ancoragem da cadeira). Ao longo do percurso sobre os trilhos, que dura cerca de uma hora e meia, monitores dão informações históricas sobre a ferrovia e as estações da CPTM.

SERVIÇO 

Expresso Turístico da CPTM

Preço: R$ 39,50 (exceto para os embarques na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André, com destino a Paranapiacaba, que sai por R$ 36,00)

Bilheteria da Estação Luz: das 6h às 18h30, todos os dias

Há descontos de 50% na compra de até três passagens para acompanhantes”

CONFIRA TAMBÉM

História, histórias e fotos da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Por Novo Milênio

Postado por @waasantista, de Santos | Foto: @waasantista 

| Publicado também no Brasil Observer

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