És o avesso do avesso do avesso...

De Curitiba

As últimas semanas, São Paulo, não lhe dão um pingo só de motivos para comemorar mais um 25 de janeiro.

Pelo contrário, lhe derramam uma enxurrada de razões para lamentar os erros em 456 anos de história.

Pesa-lhe ser a síntese do melhor e do pior, das discrepâncias deste país.

A capital que concentra 12% do PIB brasileiro nos apresenta as mansões do Morumbi e os barracos inundados do Jardim Helena. A capital onde primeiro desembarcam as inovações tecnológicas e as atrações culturais abriga famílias que sequer têm uma praça perto de casa para os filhos brincarem.

O requinte da Oscar Freire se contrapõe ao comércio popular da 25 de Março. As construções seculares do Anhangabaú tentam resistir ao tempo enquanto se expandem os edifícios futuristas na Berrini.

Mas no meio do concreto da Paulista - que começa na Paraíso e termina na Consolação -, o oásis verde do Trianon intocável está. Há território para os bairros operários da Móoca e do Brás; e para os boêmios da Vila Madalena e da Faria Lima.

Se sua elite é cega e conservadora, sua periferia cria um hip-hop contestador, combativo, lutador. Houve lugar para acolher portugueses, italianos, japoneses; nordestinos e nortistas. Está sempre a receber caipiras e caiçaras. Nos cantou o samba de Adoniran Barbosa e o rock de Rita Lee.

Portanto, São Paulo, finda esta tempestade, o sol nascerá.

Levanta, sacode a poeira (quando a lama secar) e dá a volta por cima.

Lá vai-vem o sol

De Santos

Rodar, andar, voar, circular, transitar, tansladar, trafegar, perambular, vagar, navegar.

E caminhar - melhor ainda ao entardecer, melhor ainda na Ponta da Praia, ao espairecer.

• Santos Verão 2010: http://www.santos.sp.gov.br/hotsites/verao10/index.html

Dos filhos deste solo...

De Curitiba

Aos que ainda resistem (ou pior, insistem) em não compreender o gigantesco apoio popular ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, duas sugestões.

A primeira, e esta já poderia ser seguida há bastante tempo, diversificar as fontes de informação. No lado direito desta página este blog enumera algumas das boas opções da praça.

A segunda, e esta já pode ser seguida também, é assistir a "Lula, o filho do Brasil".

Porque de forma resumida, dramatizada e romantizada típica de um filme comercial, "Lula" mostra a realidade histórica de grande parte dos filhos deste solo, pátria amada Brasil - realidade esta que, no entanto e felizmente, o governo do próprio Lula, o filho do Brasil, está gradativamente a mudar.

Lula leva o Bolsa Família ao Nordeste, transpõe o São Francisco no sertão, constrói a Transnordestina porque viveu a miséria da seca, da falta de oportunidades que, a não ser para as donas Lindus, leva à desesperança.

Lula toca o PAC, realiza o maior investimento em saneamento básico na história deste país, criou o Minha Casa, Minha Vida porque já morou em palafitas em Santos, já perdeu casebre e pertences em enchentes em favelas de São Paulo.

Lula apazigua as reações mais estridentes e reacionárias da direita porque, como sindicalista que comandou movimentos inimagináveis no ABC, tornou-se exímio negociador entre o trabalho e o capital.

Trêiler, fotos, blog, twitter e tudo mais sobre o filme, em www.lulaofilhodobrasil.com.br.

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Pequenas mudanças

O Macuco Blog deverá passar por ligeiras mudanças nas próximas semanas, para seguir com cara de 2010. Algum ajuste no visual, uma e outra ponta a ser incluída ou retirada, talvez no conteúdo. Se quiser, deixe uma sugestão, será bem-vinda e importante para nortear. Deixa lá, ou na seção de comentários ou enviando e-mail para waasantos@hotmail.com

Já? Já!

De Curitiba

Pessoal...

Parece que faltam horas, dias, meses, falta ano para a gente colocar em prática o que planeja, falta ano para a gente ver consolidado o que almeja.

Vapt e vupt, cá estamos nós de novo a desejar feliz ano novo.

Saúde, paz, harmonia e sabedoria para lidar com os desafios, que 2010 promete. Temos, além dos nossos projetos particulares, agendas coletivas pela frente.

Eleições (olha lá, turma, o Brasil segue num bom curso, só carece de uma acelerada e de ligeira aprumada, mas sempre à esquerda).

Copa do Mundo.

O novo marco regulatório para o pré-sal.

Livrar-se em definitivo dos efeitos da crise global.

E as lutas de sempre - por educação pública revolucionária, por saúde pública de qualidade, por uma comunicação democrática, por uma assistência e seguridade sociais cada vez mais universais.

Entre tantas outras jornadas.

Do mar (na foto, queima de fogos na orla de Santos, no réveillon 2008-2009), da serra, do plano, do alto, do vale, dos rios, dos lagos, que venham os bons ventos.

Até o ano que vem!

À espera de notícias da ponte e do metrô

De Santos

A população da região metropolitana da Baixada Santista mais que duplica nesta época - dos 1,6 milhão de habitantes fixos para quase 4 milhões de pessoas, entre moradores e turistas.

Pois toda essa gente, mais que a bela paisagem da orla de Santos retratada na foto acima, espera encontrar infraestrutura necessária para com qualidade viver - seja durante o ano todo, seja durante semanas de lazer.

Para a temporada, o reforço está garantido pela Operação Verão, lançada dias atrás, véspera de Natal, pelo governador José Serra, em solenidade na Praça das Bandeiras, no Gonzaga.

Apresentou reforço no policiamento, na limpeza das praias, nas operações de trânsito, entre outros serviços.

Para o restante do ano, porém, Serra não trouxe as boas notícias que os santistas aguardavam - expectativa gerada pelo próprio governador e seus projetos anunciados nos últimos anos e que teriam, neste novo que começa esta semana, algumas conclusões.

Também não foi cobrado, porque os prefeitos da região são parceiros, os deputados estaduais, aliados, e a mídia local - por sinal, irrigada pela farta propaganda oficial - não aperta.

Do metrô leve entre Santos e São Vicente Serra não falou; da ponte entre Santos e Guarujá, preferiu não fixar prazos para início das obras.

Optou por exaltar os benefícios que o Rodoanel, na capital, trará para resolver problemas de tráfego - principalmente de caminhões para o Porto de Santos - rumo ao litoral. E por ressaltar, e aí corroboramos, a expansão do saneamento básico na região promovida pela Sabesp, com financiamento japonês.

Samba a estar na ponta da língua

De Curitiba

Não porque ao coração deste signatário toca a Vila Isabel, mas entre os 12 sambas de enredo das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, em cd já disponível nas lojas, é o samba que homenageia Noel Rosa, e de autoria de Martinho da Vila, o melhor.

Mais cadencioso, de letra mais bonita, de versos envolventes. Mais emocionante.

À altura do Poeta da Vila, que se vivo estivesse completaria 100 anos ano que vem.

(CLIQUE AQUI para ouvir)

O braço a torcer para Z. Iljitsch Samsa e seu À sombra da mangueira imortal (abuladabola.blogspot.com): embora com excesso de referências a músicas outras em sua letra, o samba da Estação Primeira também é de tirar o chapéu.

O samba-enredo é passo inicial, e fundamental, para uma escola levar o título. Portanto, Beija-Flor e Salgueiro também se colocam na briga.

A primeira porque, com Neguinho - melhor puxador de samba hoje, e junto com Jamelão estará entre os maiores de todos os tempos - traz um samba muito rico em história sobre Brasília, e seus 50 anos de fundação a serem comemorados em abril próximo.

E a vermelho-e-branco da Zona Norte por repetir a batida forte, o ritmo acelerado, os versos fáceis de serem gravados e repetidos - e também por ter o samba entoado por Quinho, que sabe como puxar o coro da galera na avenida.

Mais sobre o cd, os ensaios técnicos na Sapucaí que já começaram e o que cada escola prepara para o carnaval 2010, em liesa.globo.com e em www.tudodesamba.com.br.

Brasília brilha

De Curitiba

Judiada pelo seus governantes demos-tucanos ela está.

O povo, percebe-se, fala constrangido, envergonhado, dos escândalos que vieram à tona.

Mas seus candangos, trabalhadores, erguedores da capital federal, e suas obras de arte espalhadas por esplanadas, eixos e superquadras não deixam Brasília se ofuscar.

Pelo contrário, e ainda mais com as luzes de Natal, o brilho da cidade se realça.

Como diz a canção de Alceu Valença, "tua geografia, teu lago, tua simetria, até qualquer dia, te amo, Brasília".

Pancadas (de chuva) e cantorias

De Curitiba

Andar por Curitiba nesta época do ano, em que o horário de verão faz o Sol se por em definitivo lá pelas 8 da noite é, além de vira-e-mexe ser apanhado por uma pancada de chuva - e às vezes, baitas pancadas - é, dizíamos, ter a certeza de que vai se deparar com cantorias natalinas.

Por ruas, praças, teatros, palacetes e espaços afins grupos de coral de crianças e velhinhos, simpática e harmoniosamente, entoam canções que nos fazem constatar: "caramba, mais um ano chega ao fim".

A programação é farta e diária - a propaganda oficial aproveita para batizar a cidade de "Curitiba, a capital do Natal". Você pode, se preferir decidir previamente qual espetáculo acompanhar - em vez de deixar que o acaso do perambular por aí te apresente uma opção - acessar o sítio www.curitibacapitaldonatal.com.br, e checar a grade de eventos.

E, dentre eles, se quiser dica, ei-la: o espetáculo "O Quebra-Nozes", do Balé Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica do Paraná (foto), a ocorrer este sábado e o próximo dia 20 - nesta última data, com ingresso gratuito, dentro do projeto "Teatro para o Povo", do Governo do Estado. Mais informações aqui: www.teatroguaira.pr.gov.br.

Encontro ao Rio da Prata

De Curitiba

A adoção de moeda local nas trocas comerciais dentro do bloco poderá ser o grande avanço resultado da 38ª reunião da Cúpula do Mercosul, nesta terça-feira, 8, na encantadora Montevidéu.

A desvinculação do dólar e do euro encontra ambiente propício: governos afinados política e ideologicamente à esquerda, crise global que pôs em xeque a supremacia do Hemisfério Norte.

A independência das moedas estrangeiras nas relações comerciais é a consolidação da soberania regional e embrião para uma moeda própria, única, forte, no futuro - oxalá, próximo.

O time nesse encontro do Uruguai deverá estar completo: Lula, Cristina Kirchner, Michele Bachelet, Evo Morales, Lugo, Chávez e, claro, o anfitrião, Tabaré Vásquez. O cenário, inspirador: às margens do Rio-Mar da Prata.

Sigamos:

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Para colocar de vez no mapa

De Curitiba

Mais uma rodada neste domingo, 6.

E agora não estamos a falar de Brasileirão, mas da nossa sempiterna, e prazerosa, luta - com as armas que temos, com o alcance que podemos - por uma pátria mais justa.

E pátria aqui não se restringe ao território compreendido entre o Oiapoque e o Chuí; a nossa pátria aqui é a América, latina, índia, linda.

É a nossa América índia Bolívia que tem, no domingo, mais uma rodada na sua caminhada pela soberania plena, pela democracia política, econômica, social.

Mais de 5 milhões de bolivianos vão às urnas para as eleições presidenciais. Evo Morales, homem-coragem, é favorito.

Oxalá se re-eleja e tenha, até 2015, tempo, tranquilidade, respaldo popular e das nações vizinhas para tirar de vez seu país e suas riquezas naturais da cobiça estrangeira; para pagar ao seu povo a imensa e histórica dívida social.

• Acompanhe as eleições na Bolívia por www.abi.bo ou www.telesurtv.net.