A nós que passamos apressados

De Curitiba

Sem pieguismo e demagogia, mas vamos aderir à campanha inspirada no que dizia, escrevia e pedia José Datrino, o Profeta Gentileza que perambulava pela região central do Rio de Janeiro clamando por gestos mais nobres e humanos.

Homenageado, entre outras formas, em música de Marisa Monte (clique aqui e confira o clipe), Profeta Gentileza deixava suas mensagens grafadas nas pilastras do Viaduto do Caju, na degradada e movimentada zona portuária da cidade.

Depois da morte do filósofo, em 1996, a companhia de limpeza urbana do município chegou a passar uma demão de cal sobre os escritos. Lamentável ignorância, corrigida graças à mobilização da sociedade. 

Agora em 2010 faz dez anos que os escritos foram restaurados e as 56 pilastras letradas por Gentileza se transformaram num "livro urbano", avistado das janelas dos milhares de ônibus, caminhões e carros que por ali passam, observados pelas milhares de pessoas que por ali chegam para embarcar ou desembarcar na rodoviária do Rio.

Nas mensagens do Profeta Gentileza, pedidos por atitudes que significam não só obediência às leis e sim, sobretudo, de respeito ao próximo. Também nos ditos do Profeta Gentileza a denúncia à globalização imperialista, à devoção ao dinheiro e aos bens materiais.

"O capitalismo vem do capeta; o assalto, o sequestro, o crime, a fome, a guerra, a devassidão, vem do capitalismo a causa."