De Curitiba
Dias atrás, o repórter Rogério Galindo noticiou, em sua coluna “Caixa Zero” (clique aqui), a dificuldade que as empresas de ônibus de Curitiba estão enfrentando para contratar motoristas. Jornada puxada, trabalho estressante e o salário, “ó”, não atraem candidatos.
O problema não é exclusividade da capital paranaense e lá na região metropolitana da Baixada Santista o Grupo Constantino – que praticamente monopoliza o transporte da região (dos nove municípios, predomina em oito) – não consegue preencher seus quadros.
Os cartazes de “contrata-se”, que há tempos permanecem afixados no coletivos, comprovam essa dificuldade. Além disso, passageiros já presenciaram a situação: faltou ônibus na linha porque não tem motorista para conduzir o veículo.
As vagas não são preenchidas ou, quando são, o profissional não agüenta e larga o emprego. Pudera: o motorista tem que se preocupar com um trânsito cada vez mais caótico, atentar para o embarque e desembarque de passageiros, dar informações, cobrar passagem, providenciar troco, conduzir carros barulhentos e , no final do mês, receber aquele salário que, “ó”.
Tempos destes um 'chofer' (como diria a dona Aurora) da linha 936, “num ato de fúria”, conforme descreveu matéria do jornal A Tribuna, parou o coletivo na Praça Palmares e “surtou”: irritado, abandonou o veículo no local. Nesta semana, um motorista foi assassinado por um passageiro em São Vicente, depois de se negar a parar o ônibus fora do ponto (porque é proibido e rende “canetadas” da empresa ao infrator).
Enquanto isso, os condutores do poder público – tanto o estadual, responsável pelas linhas metropolitanas, como os municipais -, com raras exceções, parecem jogar no time dos Constantinos da vida, não no dos trabalhadores (e dos passageiros). Não parecem?
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