De Curitiba
É recorrente entre os que moram aqui.
Curitiba, nesta época, é uma fonte de melancolia. Se não a própria, melancolia.
E não é nenhum lamento não.
A fonte é tão forte e farta que torna a melancolia curitibana pitoresca.
Está certo que os últimos dias do ano são por natureza melancólicos.
É fim de festa, fim de feira, fim de ciclos, desencontros e despedidas.
Que em Curitiba encontram o cenário ideal.
É muito estranho ver o restaurante onde se almoça de portas fechadas, os botecos da rotina de portas cerradas, as grandes avenidas cotidianamente entupidas vazias, os arredores das faculdades desertos, e até os centros comerciais há pouco muvucados, transitáveis.
Olha, e não adianta você de fora querer vir conferir de perto.
A sensação não é a mesma.
Só quem conhece as ruas que durante o ano estão movimentadas e agora as atravessa sem precisar olhar para os lados tem a plena impressão de que houve um abandono geral, uma fuga coletiva, uma emigração em massa.
Deixam Curitiba só.
De dar nó, mas não dó.
Curitiba também precisa ficar um pouco na sua.
E a gente, na nossa.
Põe um disco do Cartola pra tocar na vitrola, meia-dúzia de brahma pra gelar, telefone não deixa nem tocar, e o coreto, é armar.
Foto, de WAA: Museu Oscar Niemeyer, ao anoitecer.
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