De Curitiba
Estaremos em Brasília para a virada do ano.
E para acompanhar a festa de posse da presidenta Dilma Rousseff, vítima de uma das campanhas eleitorais mais baixas da história deste país.
Para acompanhar também a despedida do presidente Lula, o mais popular mandatário deste país, e do planeta.
A Era Lula junta-se à de Vargas e de JK como as responsáveis pelas mais profundas mudanças, neste país.
Tempos destes, lendo "Por que construí Brasília", de autoria do próprio presidente JK e publicado pela primeira vez em 1975 pela saudosa Editora Bloch, e impressionante as semelhanças entre aquele e o atual período.
O livro de Juscelino narra os episódios relativos à construção e à transferência da capital federal, mas trata também de outros fatos de seu governo.
O convívio com uma oposição raivosa, por parte da grande mídia da época, é uma dessas semelhanças. Em várias passagens, JK lamenta que qualquer factóide dos opositores era tratado pelos jornalões como verdade inquestionável, e cita exemplos.
O perfil desenvolvimentista do governo JK é outro ponto que lembra muito o de Lula.
Se o primeiro tem o Plano de Metas ("cinquenta anos em cinco"), com a abertura de rodovias como a Belém-Brasília e a Transbrasiliana e as hidrelétricas do Rio São Francisco, o segundo tem o PAC e sua Transnordestina, Norte-Sul e hidrelétricas da Região Norte.
Até a integração sul-americana, um dos mais importantes avanços da Era Lula, encontra esboço na Era JK com a, chamada pelo então presidente, "Operação Panamericana", uma busca por aproximação com os vizinhos do continente.
Mas a marca de JK é, sem dúvida, Brasília.
Brasília estimulou a descentralização do desenvolvimento do Brasil.
E, além de tudo, é uma obra-prima de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
No carnaval deste ano que está acabando, a Beija-Flor, em homenagem aos 50 anos da nossa capital, nos apresentou um verdadeiro hino a Brasília. Foi buscar nas lendas indígenas a história daquele território que hoje abriga a cidade.
"Lagrimas, fascinante foi a ira de Tupã
Diz a lenda que o mito Goyás nasceu
O brilho em Jaci vem do olhar
Pra sempre refletindo em suas águas é Paranoá, Paranoá"
E reverenciou os que ergueram a capital:
"Sou candango, calango e Beija-Flor
Traçando o destino ainda criança
A luz da alvorada anuncia:
Brasília, capital da esperança"
Agora, música genial sobre Brasília é do genial Alceu Valença. Na canção do pernambucano, Brasília é mais que uma cidade, é uma amante:
"-Qual é o seu nome
-Me chamo Brasília
Sabia que um dia
Ia te encontrar"
Depois de envolvido pela apaixonante, diz:
"Agora conheço sua geografia
A pele macia
Cidade morena
Teu sexo, teu lago, tua simetria
Até qualquer dia
Te amo, Brasília"
Se quiser conferir, o samba-enredo da Beija-Flor está aqui: http://migre.me/3k1kl
A música de Alceu Valença, aqui: http://migre.me/3k17v
O livro de JK, publicado pela editora do Senado em 2000, pode ser baixado aqui: http://migre.me/3k1uY
Feliz Ano Novo! Saúde, paz, sabedoria...
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