O que resta de mata está sendo derrubado para dar passagem a carros (foto: Deinfra-SC)
De Curitiba
Florianópolis está incorrendo no mesmo caminho de São Paulo.
Desastroso caminho.
Quem conhece a capital catarinense sabe o quão dificultuoso é se deslocar pela cidade.
O transporte coletivo, apesar das exitosas reformulações dos últimos anos, é caro e ineficiente.
As vias, em maior parte, são estreitas, tortuosas, imprensadas no relevo acidentado da ilha.
A cidade está crescendo, está na moda, cada vez mais atraindo turistas.
O poder público - em todas as esferas, porque as obras vêm sendo tocadas pela Prefeitura, Estado e União - tem procurado solucionar os problemas de modalidade.
No entanto, de forma irreversivelmente equivocada, porque o faz com intervenções que privilegiam o automóvel, o transporte individual. Assim como, 40 anos atrás São Paulo avançou sobre as marginais dos rios, aterrou e canalizou córregos para abrir avenidas para carros, Florianópolis está rasgando a mata atlântica dos seus morros para expandir suas vias, mas preferencialmente para os carros.
Por que, em vez de duplicar, como tem feito, as rodovias que ligam o Centro ao Aeroporto, o Centro ao Sul da ilha, o Centro ao Norte da ilha, Florianópolis não destina projetos e recursos para obras de implantação de um metrô de superfície, unindo os quatro extremos do território? No lugar do asfalto para carros, por que o alargamento das vias em curso não seja destinado a faixas exclusivas de ônibus?
O poder público está errando na opção. A sociedade, ao que parece, não percebe, ou pouco se mexe.
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