Refém dos interesses privados, transporte não será coletivo. (foto: PMS)
De Santos
Radicalizar.
Radicalizar não significa agir de forma irresponsavelmente extrema.
Radicalizar é ir à raíz.
Os gestores do trânsito de Santos precisam radicalizar.
Ir ao xis das questões.
As intervenções recentes que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) vêm tomando são bem intencionadas.
Até solucionam problemas locais, pontuais, sazonais.
É a proibição de estacionamento aqui e ali, twitter para informar sobre as condições de circulação, minirrotatórias em cruzamentos conflituosos, campanha para o respeito à faixa de pedestres...
Mas são paliativas, e portanto insuficientes, porque não são radicais.
Não atingem a raíz.
Em vez, por exemplo, das momentâneas faixas preferenciais para ônibus na Conselheiro Nébias e na Ana Costa, a CET deveria implantar faixas exclusivas durante o dia todo.
E não só nessas avenidas, como também na Afonso Pena, na Francisco Glicério, na Nossa Senhora de Fátima, na Martins Fontes...
Os corredores, todavia, ainda não chegam à raíz mais profunda.
Faixa exclusiva para esses ônibus que estão aí adiantam nada.
Enquanto o transporte coletivo for refém dos interesses do monopólio privado, o sistema de ônibus não se atualiza, não avança - não atende aos interesses da coletividade.
Os itinerários precisam ser reformulados, a frota ampliada e modernizada, os intervalos diminuídos.
É o transporte público eficiente que vai eliminar congestionamentos, minimizar o estresse e assim reduzir batidas, atropelamentos na ou fora da faixa, acidentes em geral.
Transporte público eficiente é segurança no trânsito, é mobilidade urbana, é qualidade de vida nas cidades.
Parece o óbvio - e é.
Mas agir com lógica é romper com uma lógica posta e, lógico, é ilógico.
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