Um craque que volta a campo.
De Curitiba
Lá atrás, antes do início do Governo Dilma, dissemos aqui, via Twitter, que ela montara um bom time.
Mas que, como em qualquer plantel, havia aqueles cuja escalação seria dispensável. Alguns, incógnitas. Outros que serviriam para, no máximo, jogar o primeiro tempo.
O Nélson Jobim, demitido hoje, era um desses.
E nem precisou completar os primeiros 45 minutos para ser sacado de campo.
Agora, melhor que a retirada, foi a substituição.
Impressionante como a presidenta tem acertado nas trocas.
Jobim merecia sair nem tanto pelas ofensas aos colegas de equipe, ou pelo voto declarado em Serra.
Jobim tinha que sair porque estava a marcar, sem o mínimo de pudor ou arrependimento posterior, gols contras.
Não se lembram das revelações do Wikileaks, no começo do ano?: Nélson Jobim era o homem de confiança do governo dos Estados Unidos, porque agia em oposição à política externa do presidente Lula, qual seja a de aproximação com os países do Hemisfério Sul, com ênfase aos latino-americanos - inclusive e sobretudo àqueles mais à esquerda, como Venezuela, Bolívia, Equador.
O problema de Jobim não era ter votado em Serra. Era atuar como se fosse ministro de um governo Serra.
No lugar de Jobim entra um craque, o conterrâneo e torcedor do Santos, o chanceler Celso Amorim.
Craque não porque torce pelo Peixe ou nasceu na bela ilha santista.
Craque porque foi um dos principais responsáveis pelo êxito do Governo Lula: a inserção do Brasil como protagonista no cenário internacional. Craque por soube fazer o país agir como líder solidário, e não imperialista, diante dos vizinhos. Soube fazer o Brasil olhar cara-a-cara, sentar na mesa de igual para igual, com as ditas potências.
Celso Amorim tem habilidade para driblar eventuais adversidades numa área sensível como são as Forças Armadas.
E, como disse o Brizola Neto em seu Tijolaço, ao colocar em seu governo um dos mais próximos a Lula, Dilma joga um balde de água fria em setores da imprensa conservadora torcedora por uma mínima sequer desavença entre o ex e a atual presidenta. Isso sem, de forma alguma, deixar de continuar conduzindo a nau do seu jeito próprio.
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