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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Os tímpanos que agüentem o tranco

Daqui a pouco a gente não vai escutar mais as ondas do mar (foto: WAA)

De Curitiba

Há tempos estava para dizer isto aqui: dentro de poucos anos, os problemas de audição serão uma epidemia.

Porque, andando pelas ruas, caminhando na praia, correndo no parque, circulando em ônibus, trens, barcas e metrô, e mesmo enquanto o pessoal trabalha, é cada vez mais recorrente o uso - intenso - de fones de ouvido.

É a galera acordando e plugando o aparelhozinho nas orelhas. Só desconecta na hora de tomar banho - e o olha lá, que deve haver equipamentos à prova d'água - e na hora de dormir (e olha lá também, pois tem gente que pra matar a insônia deita ao som de música ao pé dou ouvido).

Impossível o sistema auditivo resistir a tanto ruído por muito tempo.

Pois bem, a amiga jornalista Ronise Vilela produziu uma ótima matéria pro portal Bem Paraná, e por isso este post que aguardava vez para sair, aproveita para cá estar.

O texto (confira neste link: http://migre.me/9aGC4) informa que a exposição excessiva ao barulho é cada vez mais comum entre crianças e adolescentes.

Além dos já alertados riscos à saúde individual, explicados na matéria, essa onda de todo mundo andar por aí com fone pendurado no ouvido traz um problema de ordem socioantropológica também.

Ninguém mais se interage no ponto de ônibus, na fila do supermercado, nem com o colega de mesa de trabalho. É o individualismo dos tempos contemporâneos se expressando. Cada um na sua, no seu som, viajando. Os tímpanos que segurem as pontas.

Um comentário:

  1. Querido amigo, produzir essa matéria foi super importante, porque temos até uma certa noção, mas quando nos deparamos com números, casos, a coisa é alarmante. E o jornalista deve fazer seu papel social de informar, buscar opiniões, só ficou difícil "as personagens" da vida real se habilitarem, uma vez que, especialmente os jovens, se acham inatingíveis!
    Abraços e obrigada pela deferência!

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