Translate

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Café requentado

 O governador assina assistido pelo herdeiro do prefeito biônico (foto: Governo de SP)
De Curitiba

Os tucanos deverão perder a Prefeitura de São Paulo.

Identificam em Santos reais possibilidades de, pela primeira vez, ocupar a primeira cadeira do Palácio José Bonifácio.

E sabem que, com pré-sal, com a expansão do porto, com o reaquecimento do polo industrial de Cubatão, a Prefeitura de Santos passa a ser estratégica.

Não à toa nunca na história deste país um governador paulista tem frenquentado tão rotineiramente a Baixada Santista, como tem feito Geraldo Alckmin.

Para falar mais do mesmo, repetir decenais promessas. Mas que tem batido ponto, tem.

Hoje, 30 de maio, desceu a Serra do Mar com sua trupe - entre eles, claro, o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, deputado estadual licenciado justamente por ocupar esse cargo no Executivo.

Não bastasse ser tucano, Paulo Alexandre Barbosa é herdeiro político do ex-prefeito biônico, Paulo Gomes Barbosa, morto em março do ano passado.

Prefeito biônico, lembremos, era aquela figura recorrente durante a ditadura militar, isto é, aquele prefeito nomeado pelo governador do Estado com a chancela, claro, do regime. Em outras palavras, o prefeito que ocupava a cadeira sem ter recebido um voto popular sequer.

Paulo Barbosa pai deixou a prefeitura, em 9 de julho de 1984, sob ovadas e vaias dos santistas, conforme noticiou o jornal A Tribuna à época (confira aqui).

Voltemos ao presente.

Hoje, em Santos, Alckmin, informa a agência de notícias do governo estadual:

  • Assinou a contratação do projeto executivo do túnel Santos-Guarujá. Perdem-se as contas de quantos atos oficiais referentes a papéis desse túnel ou similar já foram assinados pelos tucanos. Uma maquete José Serra inaugurou, meses antes de deixar o governo para se candidatar à presidência. A inauguração da maquete virou chacota nacional. Só que a maquete era duma ponte; Alckmin descartou o projeto do antecessor correligionário e voltou com outro projeto de túnel, por sinal bastante contestado. 
  • Assinou edital para a compra de 22 trens para o VLT (Veículos Leves sobre Trilhos). A promessa do VLT entre Santos e São Vicente data de 1994, quando Mário Covas se elegeu. Covas, que fez um bom governo, honrado homem público, se reelegeu com a mesma promessa, a qual foi repetida por Alckmin em 2002, por Serra em 2006, de novo por Alckmin em 2010. Até agora nem o mato do trajeto do VLT foi carpido direito, quanto mais um dormente foi instalado, mas o governador já está anunciando a compra dos trens.
  • Visitou o novo navio do Instituto Oceanográfico da USP, ancorado no Porto de Santos.
  • Anunciou obras viárias no sistema Anchieta-Imigrantes.
  • Inaugurou o Bom Prato, restaurante popular, da Zona Noroeste.
Tem ou não tem, esse prato do Alckmin,  aroma e sabor de café velho, frio, requentado, servido com uma porção de algo assim como chuchu?

Fica esperta, Santos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário