Translate

terça-feira, 26 de março de 2013

Como a direita trata o povo

Flagra registrado em São Paulo por Marcelo Camargo (Agência Brasil);
De Curitiba
Nesta terça-feira, dia 26, dois episódios ilustram a forma como a direita governa.

Sim, há diferenças entre políticos, há diferenças entre partidos, há diferentes posturas ideológicas e administrativas na condução do poder público. Ora mais, ora menos; ora macros, ora pontuais. Mas há diferenças. Colocar todo mundo no mesmo balaio e caldeirão, é isso que o establishment, o poder, gosta e quer.

Vamos aos episódios.

Um deles, a truculenta reintegração de posse de um terreno na zona leste de São Paulo, executada pelo Governo do Estado, por meio de sua Polícia Militar.

O uso da força, sem respeitar crianças e idosos, não é inerente à ação da polícia. É inerente à ação da polícia quando comandada por um grupo político que considera sem-teto tudo um bando de invasor desordeiro desocupado. Porque essa mesma polícia comandada por esse mesmo grupo é bem mais gentil quando se trata de lidar com conflitos envolvendo ricos, interesses econômicos.

Em suma: a polícia age com brutalidade ou com suavidade conforme a ordem que recebe do comando. E a ordem do comando é resultado da sua maneira – sua ideologia – de enxergar o mundo.

A Polícia Militar de São Paulo há quase 20 anos está sob a gestão do governo PSDB/Dem. Crimes de Maio e Pinheirinho, só para citar dois casos mais emblemáticos e recentes, compõem o histórico de ações da polícia administrada pela aliança demotucana.

O outro episódio: greve dos servidores públicos em Santos, a primeira depois de 17 anos.

Durante a campanha, o atual prefeito, Paulo Alexandre Barbosa, também da aliança PSDB/Dem, foi claro: funcionário público, que faz a máquina funcionar e o serviço ser prestado, terá aumento de salário real. Assumiu, em janeiro, reajustando em 9% o seu próprio vencimento e o dos secretários. Para os demais servidores, o reajuste ficou para depois.

A proposta, risível, veio neste mês: 1,5% (um e meio porcento!) de “aumento” para professores, médicos, enfermeiros, engenheiros – para o funcionalismo de um modo geral. Um e meio porcento, isto é: quatro vezes menos que a inflação anual.

Orçamento apertado, gastos com pessoal no limite e argumentos "técnicos" desse tipo.

Só que o argumento, “técnico, não ideológico”, não serve quando o caso é lidar com o poder econômico. Se está preocupado mesmo com as finanças do município, por que Paulo Alexandre Barbosa não revisa o contrato com a Terracom e outros pouco transparentes? Vai cortar as despesas com publicidade que irrigam os jornais e emissoras de televisão da região? É ou não é uma decisão político-ideológica?


Nenhum comentário:

Postar um comentário