Edifício recebeu os astros da Era de Ouro do rádio |
De Curitiba
O edifício que foi palco da chamada Era de Ouro do rádio brasileiro, o A Noite, da Rádio Nacional, no Rio de Janeiro, agora é oficialmente patrimônio cultural brasileiro.
O tombamento saiu na quarta, dia 3. A seguir, reproduzo release recebido da assessoria de imprensa da Empresa Brasil de Comunicação, a EBC. A notícia, para quem luta pela preservação da memória da nossa nação, é sensacional. Acompanhe:
O apogeu da Nacional se deu ali |
"Nesta quarta-feira, 3 de abril, o Edifício A Noite, localizado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, recebeu o título de patrimônio cultural brasileiro, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Construído em 1929, o A Noite foi o primeiro arranha-céu da América Latina e marco da arquitetura Art Déco.
(...)
Pertencente à União, o A Noite é cedido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que ocupava 18 dos 22 pavimentos, e à Empresa Brasil de Comunicação, gestora da Rádio Nacional, que mantém no prédio os lendários estúdios e o auditório que marcaram época no rádio brasileiro.
(...)
Construído para ser a sede do jornal A Noite, o edifício viveu nas décadas de 1940 e 1950 o apogeu da Rádio Nacional, lá instalada desde a sua criação, em 1936. Enquanto os auditórios eram tomados por populares, os restaurantes do terraço e do térreo eram frequentados pela elite carioca.
— O A Noite tinha um elevador tão rápido, que as pessoas tinham até medo de subir nele — conta a radialista Daisy Lúcidi, há 61 anos na Rádio Nacional. — Lá, realmente, é a nossa casa. A história da Rádio Nacional está lá — diz, já na expectativa de retornar ao prédio e aos estúdios lendários nos quais interpretou, nos anos de ouro do Rádio, personagens de radionovelas de autores como Dias Gomes e Janete Clair, consagrados depois também na televisão.
Daisy foi parte integrante da Época de Ouro do Rádio, quando novelas irradiadas faziam sucesso semelhante às da TV atualmente. Na música, o auditório da rádio apresentava cantores como Orlando Silva, Francisco Alves e Sílvio Caldas, além de geniais arranjos do maestro Radamés Gnattali, que hoje dá nome ao local. A radialista também comanda na emissora, há 42 anos, um programa diário de prestação de serviços: o Alô, Daisy!
Com 102 metros de altura, o A Noite foi construído em dois anos. Mas, em 1934, o edifício deixou o posto de mais alto da América Latina, com a inauguração do Edifício Martinelli, em São Paulo, com 105 metros. Um ano depois, ambos foram desbancados pelo Edifício Cavanagh, em Buenos Aires, e os seus 120 metros de altura.
O tombamento promete garantir a reforma do edifício, que vai devolver ao A Noite o brilho e fazer juz à sua história.
Outra personagem que fez e faz história na Rádio Nacional, Gerdal dos Santos vê no tombamento do A Noite e, consequentemente, dos estúdios que marcaram a época de ouro do rádio brasileiro, um grande reconhecimento ao serviço prestado pela Rádio Nacional.
— A Rádio Nacional dignifica o A Noite. O tombamento do edifício não apenas representa um marco para a cidade do Rio de Janeiro como consagra a Rádio Nacional como meio cultural e de educação, que unificou o país ao chegar a todos os públicos, a todas as classes, diz.
Gerdal estreou na emissora em 1953, no programa Consultório sentimental, escrito e apresentado por Helena Sangirardi. Também atuou em radionovelas e em programas musicais. Durante o golpe militar de 1964, foi arrolado na célebre lista de esquerdistas afastados da emissora. Além de ser o mais antigo radiator em atividade no país, ainda hoje Gerdal apresenta dois programas na Rádio Nacional: Onde canta o sabiá, das 9h às 10h, aos sábados; e Rádio Memória, aos domingos, das 7h às 9h. O radialista também tem um quadro semanal no programa Redação Nacional, apresentado pela jornalista Neise Marçal, no qual conta a história da Rádio a partir de um grande nome citado pela jornalista.
Palco do qual emanavam e faziam eco em todo o país vozes de intérpretes como Dolores Duran, Cauby Peixoto, Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, Marlene, Emilinha, Carmélia Alves, Orlando Silva, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Silvio Caldas entre tantos outros, a Nacional fez história também com O primo rico e o primo pobre, de Paulo Gracindo e Brandão Filho; emocionou com radionovelas como Em busca da felicidade, ou O direito de nascer; e seriados como Jerônimo, o herói do sertão.
— O tombamento do Edifício A Noite é um presente para a Rádio Nacional, para os ouvintes e para a cidade. Não se pode falar em revitalização da Zona Portuária sem que a Rádio Nacional e o Edifício A Noite estejam incluídos. A Rádio Nacional e o Edifício A Noite, construído pelo grupo que a criou, fazem parte do mesmo corpo. Um remete ao outro. O prédio, além de endereço da emissora, é histórico também como ícone arquitetônico, tanto pelo fato de ter sido o primeiro "arranha-céu" da América Latina, como também uma das primeiras grandes edificações em Art-Déco no país, diz o gerente da Rádio, Cristiano Ottoni de Menezes, para quem o tombamento do A Noite é um presente para a Rádio Nacional, para os ouvintes e para a cidade do Rio de Janeiro."
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Pertencente à União, o A Noite é cedido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que ocupava 18 dos 22 pavimentos, e à Empresa Brasil de Comunicação, gestora da Rádio Nacional, que mantém no prédio os lendários estúdios e o auditório que marcaram época no rádio brasileiro.
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Construído para ser a sede do jornal A Noite, o edifício viveu nas décadas de 1940 e 1950 o apogeu da Rádio Nacional, lá instalada desde a sua criação, em 1936. Enquanto os auditórios eram tomados por populares, os restaurantes do terraço e do térreo eram frequentados pela elite carioca.
— O A Noite tinha um elevador tão rápido, que as pessoas tinham até medo de subir nele — conta a radialista Daisy Lúcidi, há 61 anos na Rádio Nacional. — Lá, realmente, é a nossa casa. A história da Rádio Nacional está lá — diz, já na expectativa de retornar ao prédio e aos estúdios lendários nos quais interpretou, nos anos de ouro do Rádio, personagens de radionovelas de autores como Dias Gomes e Janete Clair, consagrados depois também na televisão.
Daisy foi parte integrante da Época de Ouro do Rádio, quando novelas irradiadas faziam sucesso semelhante às da TV atualmente. Na música, o auditório da rádio apresentava cantores como Orlando Silva, Francisco Alves e Sílvio Caldas, além de geniais arranjos do maestro Radamés Gnattali, que hoje dá nome ao local. A radialista também comanda na emissora, há 42 anos, um programa diário de prestação de serviços: o Alô, Daisy!
Com 102 metros de altura, o A Noite foi construído em dois anos. Mas, em 1934, o edifício deixou o posto de mais alto da América Latina, com a inauguração do Edifício Martinelli, em São Paulo, com 105 metros. Um ano depois, ambos foram desbancados pelo Edifício Cavanagh, em Buenos Aires, e os seus 120 metros de altura.
O tombamento promete garantir a reforma do edifício, que vai devolver ao A Noite o brilho e fazer juz à sua história.
Outra personagem que fez e faz história na Rádio Nacional, Gerdal dos Santos vê no tombamento do A Noite e, consequentemente, dos estúdios que marcaram a época de ouro do rádio brasileiro, um grande reconhecimento ao serviço prestado pela Rádio Nacional.
— A Rádio Nacional dignifica o A Noite. O tombamento do edifício não apenas representa um marco para a cidade do Rio de Janeiro como consagra a Rádio Nacional como meio cultural e de educação, que unificou o país ao chegar a todos os públicos, a todas as classes, diz.
Gerdal estreou na emissora em 1953, no programa Consultório sentimental, escrito e apresentado por Helena Sangirardi. Também atuou em radionovelas e em programas musicais. Durante o golpe militar de 1964, foi arrolado na célebre lista de esquerdistas afastados da emissora. Além de ser o mais antigo radiator em atividade no país, ainda hoje Gerdal apresenta dois programas na Rádio Nacional: Onde canta o sabiá, das 9h às 10h, aos sábados; e Rádio Memória, aos domingos, das 7h às 9h. O radialista também tem um quadro semanal no programa Redação Nacional, apresentado pela jornalista Neise Marçal, no qual conta a história da Rádio a partir de um grande nome citado pela jornalista.
Palco do qual emanavam e faziam eco em todo o país vozes de intérpretes como Dolores Duran, Cauby Peixoto, Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, Marlene, Emilinha, Carmélia Alves, Orlando Silva, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Silvio Caldas entre tantos outros, a Nacional fez história também com O primo rico e o primo pobre, de Paulo Gracindo e Brandão Filho; emocionou com radionovelas como Em busca da felicidade, ou O direito de nascer; e seriados como Jerônimo, o herói do sertão.
— O tombamento do Edifício A Noite é um presente para a Rádio Nacional, para os ouvintes e para a cidade. Não se pode falar em revitalização da Zona Portuária sem que a Rádio Nacional e o Edifício A Noite estejam incluídos. A Rádio Nacional e o Edifício A Noite, construído pelo grupo que a criou, fazem parte do mesmo corpo. Um remete ao outro. O prédio, além de endereço da emissora, é histórico também como ícone arquitetônico, tanto pelo fato de ter sido o primeiro "arranha-céu" da América Latina, como também uma das primeiras grandes edificações em Art-Déco no país, diz o gerente da Rádio, Cristiano Ottoni de Menezes, para quem o tombamento do A Noite é um presente para a Rádio Nacional, para os ouvintes e para a cidade do Rio de Janeiro."
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