Meia fala o que poucos ousam: Globo manda no futebol (foto: Divulgação/Coxa) |
De Curitiba
O camisa 10 do Coritiba Foot Ball Clube marcou mais um golaço.
Alex, que em campo às vezes parece disperso, desligado, mas quando menos se espera apronta para os adversários - eu que o diga; vi de perto o balde de água fria que ele derramou sobre a molecada do Santos no empate com o Peixe na Vila Belmiro em 21 de julho - não teme nem zagueiros nem os adversários fora de campo.
O gol desta vez, todavia, foi com as palavras. Numa entrevista ao Lance, nesta semana, o meia criticou: quem manda no futebol brasileiro é a Globo.
- "A gente sabe que a Globo trabalha na dependência da novela. A gente brinca aqui no Coritiba que os jogos de quarta-feira só rolam depois do último beijo da novela."
Alex foi mais além. A ingerência da emissora é ruim para jogadores, pior ainda para torcedores. A Globo, mais preocupada em faturar, castiga o brasileiro e a brasileira apaixonados por futebol, uma marca cultural nossa.
- "Pô, a gente joga bola dez horas da noite. Eu, que vou jogar, vejo uma situação ruim, preciso ficar no hotel o dia inteiro esperando um jogo dez horas da noite. Isso é ruim. Mas estou dentro de um hotel, confortável, tranquilão, vou jogar 90 minutos, tomar banho e vou embora para casa. E o torcedor? O cara sai de casa ou do trabalho, precisa ir para o estádio dez horas da noite, assistir ao jogo, voltar para casa, e ainda precisa acordar sete horas da manhã no outro dia. Poxa, isso é desumano. Por isso que os estádios estão vazios."
Na entrevista o camisa 10 coxa-branca fala ainda dessa praga que empesteia os clubes: os empresários de jogador (leia aqui).
Alex é craque com a bola e, se os ingressos não fossem tão caros, a cada partida do Coritiba aqui no Couto Pereira iria pra ver o meia jogar.
Mas o que Alex mostrou mesmo é ter personalidade para tocar no assunto que poucos no futebol, sequer das emissoras concorrentes, ousam mencionar: a subserviência aos interesses da emissora dos Marinho.
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