Se não incomodar a Globo, tudo muda para ficar como está (foto: Bom Senso FC) |
De Curitiba
A temporada 2013 do futebol brasileiro termina neste final de semana e, no balanço de perdas e ganhos, imprescindível destacar a criação do Bom Senso Futebol Clube.
Com exceção de um e outro movimento pontual – como a Democracia Corinthiana de Sócrates, Vladimir, Casagrande e companhia -, nunca antes na história deste país a categoria “jogador de futebol” se uniu e se mobilizou de forma tão abrangente e explícita.
Mas, para o movimento de fato resultar em mudanças significativas na forma como o futebol brasileiro vem sendo tratado, o Bom Senso precisa mirar melhor no gol.
Claro que, sendo a entidade que organiza calendário e estabelece regras e critérios, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve ser a primeira intimida a tomar providências. Não só ela, porém.
Afinal, sabemos quem de fato manda: a Rede Globo.
Você sabe que não é implicância minha com a poderosa organização midiática; todo mundo sabe que os jogos da semana são tarde da noite, que tem partida quase que dia sim dia não, que a divisão da grana é desequilibrada e injusta entre os clubes, que tudo isso ocorre para fazer valer os interesses da Globo.
Hoje, por exemplo, mais um episódio dessa tirania: a Globo tem o direito de transmissão dos jogos, abriu mão de passar a
partida da Ponte Preta com o Lanús na final da Sul-Americana, mas não
deixa nenhuma outra emissora colocar o jogo no ar.
O futebol, no Brasil, é mais do que uma modalidade esportiva. É componente da cultura, da identidade brasileira. E esse componente foi apropriado pela Globo e transformado em mais um produto de sua programação, mais um instrumento seu de manipulação.
Jogador que faz três gols numa partida e não “pede música” no Fantástico é criticado. Até comemoração no tal estilo “joão bobão” a toda poderosa nada boba resolveu impor.
A Globo, atletas do Bom Senso, precisa ser colocada contra parede também. A partida não pode continuar começando só depois “do beijo do capítulo da novela”, como bem metaforizou o craque Alex, do Coritiba. Não só jogo do Corinthians ou do Flamengo deve ser transmitido. O estádio é do povo, é de todos, não dos privilegiados dos “camarotes” de “famosos” e “artistas globais”.
Tudo o que a Globo quer é que a CBF, só a CBF, fique na mira. Enquanto isso, à distância, ela posa de solidária aos reclamos, e até faz uma força pra algo mude - mude pra que tudo fique como está.
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