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domingo, 24 de outubro de 2010

Contrapontos

De Curitiba

O processo eleitoral está sendo utilíssimo às escolas de Jornalismo, pela produção diária de exemplos de como não se deve fazer...Jornalismo.

Com exceção das emissoras de rádio e televisão, é legal, legítimo e moral todos os demais meios assumirem suas posições e a defesa delas, principalmente quando se está em jogo o interesse, o futuro da nação.

Basta deixar isso claro, e não posar de neutro, imparcial.

O que não é legal, nem legítimo e é imoral é a disseminação de mentiras, é a tomada como verdadeiros de fatos que não passam de boatos, é forjar acontecimentos. E omitir outros.

Até porque isso não é legal, legítimo e moral só no Jornalismo. Não é em prática nenhuma da vida.

Só nesta semana, Globo, Folha e Veja nos deram exemplos, um para cada dia da semana, de inverdades, diz-que-me-diz e de invenção de ocorridos.

Quando não criaram, esconderam.

Elas, que deram ampla repercussão e detalhado desenrolar da história dos dossiês, deixaram de lado a principal conclusão das investigações: as fuçadas em declarações pessoais de renda e a fábrica de dossiês têm no PSDB a matriz.

Primeiro, com o esquema de Serra para combater, ano passado, a pré-candidatura de Aécio Neves. Depois, com este, para contra-atacar as investidas do outro.

Enfim, a Carta Capital desta semana explica essa história direitinho: www.cartacapital.com.br.

Também analisa, com Mino Carta, o comportamento desonesto da dita grande mídia, a mídia comercial, empresarial.

"Nunca na história eleitoral brasileira a mídia nativa mostrou tamanho pendor para a ficção", diz Mino, diante do bombardeio diário de factóides.

"A mídia nativa conta aquilo que gostaria que fosse e não é. Descreve, entre o rídiculo e o delírio, uma realidade inexistente (...), capaz de enganar prezados leitores bem-postos na vida, tomador por medos grotescos e frequentemente movidos a ódio de classe."

Ou seja, de um lado uma mídia que se transformou, de fato, num partido político, ao incorporar ao seu cotidiano atividades que vão além da informar, analisar, opinar.

De outro, um público - uma parcela da classe média e da elite atrasada - que bota fé no que lê, assisti e ouve ou por ingenuidade, ou por ignorar a existência de fontes outras que se contrapõem à grande mídia propriamente dita, ou por sentir seus pensamentos fielmente traduzidos.

Aos que desconhecem fontes alternativas e aos ingênuos, no menu vertical direito da página deste blog há algumas dicas. Aos que compartilham das opiniões das vejas e folhas, bom, então, que as aproveitem bem. Só não venham com a conversa de que aquilo que dizem é a verdade absoluta - ou se quer a factual.

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