De Curitiba
Deslumbrado, o PIG, Partido da Imprensa Golpista, quis por que quis nestes últimos dias fazer a gente crer que a eleição presidencial foi para o segundo turno por causa da votação de Marina Silva.
Claro, foram quase 20 milhões de votos, no entanto o PIG omitiu um dado importante, ainda que o Instituto Sensus já tenha tratado de colocar o pingo nos is: maior do que número de votos de Marina foram as abstenções, que podem sim ter interferido no cenário.
Cerca de 24 milhões de brasileiros não compareceram às urnas, sobretudo das regiões Norte e Nordeste, onde a preferência por Dilma Rousseff é regra.
A confusão em torno da necessidade de se levar ou não o título de eleitor mais documento com foto deixou boa parte desses 24 milhões em dúvida se estavam ou não em condições de ir votar.
Mas, voltando às 20 milhões de pessoas que confiaram em Marina, elas devem estar ansiosas por saber que postura sua candidata terá agora no segundo turno.
Marina, que passou a campanha toda nem situação nem oposição, nem contra ou favor disso ou daquilo, vai ter que tomar uma posição.
Porque a vida é assim, como um big brother: dá pra ir levando ora estando de um lado, ora de outro, todavia chega um momento que não tem saída: é um, ou é o outro.
Se tiver o mínimo de coerência - e os 20 milhões de brasileiros que apostaram em Marina certamente o fizeram esperando dela, entre outras qualidades, a coerência - a jaguatirica, como ela mesmo se definiu no início da campanha, vai de Dilma.
Afinal, é Dilma que representa a continuidade do governo da qual Marina fez parte, do começo até quase o final.
Foram seis anos no Ministério do Meio Ambiente, obtendo o apoio e respaldo do presidente Lula quando dos embates mais difíceis. A foto acima, dos tempos de Marina ministra de Lula, é um retrato ímpar dessa sintonia.
Até o ano passado, Marina era do PT. E no PT ela foi senadora fazendo oposição ao governo de Fernando Henrique/José Serra, do PSDB-DEM.
Além dessa ligação histórica com um lado e da distância do outro, a principal plataforma de Marina e seu partido, o desenvolvimento sustentável, é incompatível com a filosofia de prática político-administrativa da turma que está na candidatura de Serra.
É, aquela, a prática da privataria, da valorização do mercado financeiro, do escancaramento das nossa economia às multinacionais. Modelo de governo que favorece aqueles que têm como objetivo primordial, se não único, o lucro.
E quem visa ao lucro a todo custo o obtém a todo custo, nem que seja o da destruição da vida.
Estão aí as transnacionais do agronegócio não vendo a hora de o Código Florestal Brasileiro ser alterado, como exemplo mais evidente.
Enfim, a decepção com qualquer outra decisão de Marina será praticamente irremediável. Só quem ainda busca no PIG meios para se informar poderá neste momento acreditar que o caminho natural seria outro.
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