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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Neutro, só o sabão. E olhe lá...

De Curitiba

A baixaria tem marcado o processo eleitoral deste ano.

Mas a campanha vai entrar para história também como a que registrou uma das maiores manifestações de cidadania.

Segundo turno não é final de campeonato de futebol: mesmo que o time de coração tenha ficado de fora, não dá para ficar neutro.

Principalmente quem exerce uma função de liderança pública - seja na política, seja na arte, por exemplo.

É dever cívico, para esses, se posicionar.

A eleição não é a salvação da pátria, sabemos, entretanto é decisiva sim para os rumos da nação, para o nosso futuro, dos nossos filhos, dos nossos netos.

Repetindo, portanto: liderança pública, num momento crucial como esse em que dois projetos distintos estão em jogo, não pode se esconder numa falsa "independência", "neutralidade", ou se encostar na não menos descompromissada oposição a tudo e todos.

Neutros ficamos nós santistas num jogo entre Palmeiras, São Paulo, Corinthians: tanto faz um ou outro ganhar ou perder; quer dizer, melhor ainda se desse só pra se ter perdedor...

Não, segundo turno de eleição, ainda mais presidencial, não é assim.

Não é tanto faz quem ganha, tanto faz quem perde.

E o ato pró-Dilma Rousseff que artistas e intelectuais promoveram na noite desta segunda-feira (dia 18) no Rio de Janeiro é uma lição a quem se propõe a defender os interesses do povo mas prefere a cômoda opção pela distância em situações de polêmica.

Chico Buarque, Leonardo Boff, Paulo Betti, Alceu Valença, Beth Carvalho, Alcione, Hugo Carvana, Fernando Morais, Emir Sader, só para citar alguns, não hesitaram em tomar partido, tampouco em tornar pública a posição assumida.

Agora, a mais emblemática presença foi a de Oscar Niemeyer.

Aos 102 anos, em sua cadeira de rodas, esteve lá.

Numa mostra de lucidez e espírito revolucionário ausentes em muitos dos jovens, neocons.

Saiba mais sobre o evento no portal da Dilma: www.dilma13.com.br.

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