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sábado, 16 de outubro de 2010

Serra é do Dem

De Curitiba

O jingle dele dá a deixa.

Serra é do Dem.

O Dem tem nome novo, mas conserva as ideias e práticas retrógradas do nome antigo, PFL.

PFL, ou Dem para os neocons, de Antônio Carlos Magalhães, de Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen...

Claro, não sejamos maniqueístas: nem tudo é 100% do mal, como não é 100% do bem. O Dem já teve um Aureliano Chaves, hoje abriga Cláudio Lembo, aqui no Paraná tem Alceni Guerra.

Mas o que representa o Dem, do Serra, é uma Kátia Abreu, é um José Roberto Arruda, o ex-governador do Distrito Federal que esteve para ser candidato a vice dele, do Serra.

Não deu, mas se escolheu outro à altura: o tal do Índio da Costa e sua impressionante defesa do que há de mais reacionário entre as ideologias deste nosso mundo.

Serra é do Dem, e aqui se faz, aqui se paga.

Duma baixeza demoníaca Serra colocou o tema aborto para demonizar a adversária, Dilma Rousseff. A esposa, Mônica Serra, chegou a declarar que Dilma defendia "a morte de criancinhas". Asco.

A máscara caiu.

A campanha, entretanto, não deve ser por esse caminho. As diferenças entre as candidaturas de Dilma e Serra não se medem por discussões moralistas, e sim pelos projetos que elas representam.

Serra, do Dem, representa o projeto já colocado em prática pelo governo do qual foi protagonista, o governo de Fernando Henrique Cardoso.

O projeto do Estado-mínimo, que considera investimentos em escolas técnicas, em aparelhamento das universidades públicas, em folha de pagamento de funcionários que prestam os serviços do governo ao cidadão como mero gastos a serem cortados para se alcançar superávit primário.

O projeto da privataria, que vendeu nosso patrimônio construído ao longo dos séculos com nosso suor a valores irrisórios, e ainda com dinheiro público emprestado para os compradores. A maior roubalheira já vista na história da nossa República, embora não escandalizada pela mídia.

É, ainda, o projeto da Alca, da submissão ao FMI, e não o projeto do Mercosul, da solidariedade com nossos irmãos vizinhos e da África e Oriente Médio.

A candidatura da Dilma representa a contraposição a esse modelo. Tudo bem, pode não ser a contraposição radical sonhada por nós da esquerda, mas é evidente e extraordinariamente um projeto mais progressista, desenvolvimentista e inclusivo que o projeto da outra turma.

Portanto, as escusas por este post longo e pela insistência em tratar aqui e em outras mídias excessivamente de temas eleitorais. 

Todavia é dever cívico, neste momento, contribuir no que tiver ao nosso alcance para aprumar os rumos da nossa nação e, sobretudo, evitar o retrocesso.

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