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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Assim não...

De Curitiba

Aos leitores mais antigos desnecessário dizer, mas aos recém-chegados é bom destacar que aqui repugnamos as ideologias e práticas privatistas.

Porque - sabemos - o privado pensa e busca, essencialmente, o lucro.

E o foco e a busca pelo lucro, quase sempre, levam a caminhos opostos ao interesse da coletividade.

Quando é para se mirar e se correr atrás do lucro, não importam a exclusão social, a degradação do meio ambiente, a solidariedade.

O que se tem é a competição insana.

A exploração de riquezas naturais de uma nação, projetos estratégicos e áreas vertebrais para a soberania de um povo não podem, pois, serem entregues ao comando particular.

Por isso somos contra a privataria.

E é bom deixar clara a amplitude do conceito "privataria".

Privatizar não é só a venda direta, explícita, de um bem público a um grupo privado.

A privataria se dá de forma camuflada também.

O governo do PSDB e do DEM com Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, privatizou o ensino superior.

Não que eles tenham vendido alguma faculdade ou universidade federal.

Eles privatizaram sucateando essas instituições. Deixaram de investir em laboratórios, em infraestrutura, em contratação, salários e capacitação de professores e outros profissionais.

Um caos que, mesmo hoje, oito anos depois do Governo Lula e de seus dois extraordinários ministros da Educação - Cristóvão Buarque e Fernando Haddad - não foi sanado.

Sem abrir vagas, implantar mais campi nem construir novas universidades públicas, o governo de FHC/PSDB/DEM deixou que a rede particular tomasse o espaço.

Estão aí em tudo quanto é canto faculdades de fundo de quintal.

É a privataria.

Outro exemplo, bastante recorrente: utilizar estatais (das poucas que escaparam da sanha entreguista de FHC/PSDB/DEM) fortes para serem coadjuvantes em empreendimentos.

(Coadjuvantes em termos. Que elas são protagonistas nos investimentos, mas café-com-leite na tomada de decisões e na obtenção dos dividendos. Entram com a grana suficiente para financiar a empreitada, todavia limitada para não ter a parte majoritária do negócio.)

Mais: delegar a administração de serviços (creches, escolas, hospitais) para negócios corporativos disfarçados de instituições como ongs, oscips e assemelhadas.

E por aí vai...

... não é privataria?

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