De Curitiba
Precisei me beliscar para acreditar que não era sonho quando, numa banca do Rio do Janeiro, bati o olho na capa da edição do último domingo de O Dia.
“MST tem 15 marcados para morrer”, dizia a manchete. “Longe do enredo poético da campeã Vila Isabel sobre o homem do campo, aumenta a tensão pela disputa pela terra em Campos. Acossadas por pistoleiros, famílias são retiradas às pressas de ocupação em área de antiga usina”, acrescentava a linha fina.
Que jornalão deste país daria destaque a uma notícia dessa? Aliás, que jornalão ao menos daria uma notícia como essa, ainda que escondida numa notinha?
A defesa dos interesses do poder econômico – e isso passa por desconstruir quem minimamente pode mexer com um tiquinho só desses interesses – parece ter se tornado a função primordial dos veículos de comunicação empresariais.
E o MST é o campeão em ser demonizado pela grande mídia, até por isso a surpresa maior com a manchete dada pelo O Dia.
“MST tem 15 marcados para morrer”, dizia a manchete. “Longe do enredo poético da campeã Vila Isabel sobre o homem do campo, aumenta a tensão pela disputa pela terra em Campos. Acossadas por pistoleiros, famílias são retiradas às pressas de ocupação em área de antiga usina”, acrescentava a linha fina.
Que jornalão deste país daria destaque a uma notícia dessa? Aliás, que jornalão ao menos daria uma notícia como essa, ainda que escondida numa notinha?
A defesa dos interesses do poder econômico – e isso passa por desconstruir quem minimamente pode mexer com um tiquinho só desses interesses – parece ter se tornado a função primordial dos veículos de comunicação empresariais.
E o MST é o campeão em ser demonizado pela grande mídia, até por isso a surpresa maior com a manchete dada pelo O Dia.
Mas o diário carioca, com essa edição domingueira, mostra que o respeito à realidade factual, para o bem do jornalismo, ainda suspira, encontra eco.
A matéria não é partidária da luta do movimento. Faz apenas o jornal cumprir seu papel, o de informar ao público que militantes de uma causa, legítima e legal, estão sendo ameaçados de morte, num evidente atentado ao direito à liberdade de expressão, à luta, à mobilização social. E ameaçados, assinale-se, pelos desde-sempre poderosos latifundiários.
Evidentemente, saí da banca com um exemplar – era o último, por sinal – debaixo do braço. Ficará guardado. Afinal, é peça rara, coisa de museu.
À repórter que assina a matéria e à coluna do leitor estou a enviar um e-mail parabenizando a redação do jornal por escapulir do discurso único e dominante, o discurso do poder - o qual, como prega a essência do jornalismo, deve ser fiscalizado, questionado.
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