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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O índio vira doutor. Por causa das cotas

Josenildo, diplomado, volta à aldeia para exercer a Medicina (foto: UnB)
De Curitiba

Escutei n' A Voz do Brasil desta segunda-feira, dia 25, fui pesquisar sobre e encontrei mais informações na Agência de Notícias da Universidade de Brasília (UnB).

Este cidadão acima é Josinaldo Silva, da aldeia Atikum, de Salgueiro, no sertão de Pernambuco, e acaba de se tornar, aos 35 anos de idade, o primeiro índio brasileiro a obter o diploma de graduado em Medicina.

Pois é, já por estas terras muito antes de os europeus por aqui atracarem, só na segunda década do século XXI é que a população indígena do Brasil conseguiu formar um doutor.

E isso graças ao sistema de cotas implantado pela UnB há dez anos e, desde o ano passado, regulamentado em lei federal aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidenta Dilma Roussef.

Josinaldo Silva entrou na faculdade pelas cotas e sai pela sua competência, dedicação aos estudos.

Quem sabe diante de exemplos assim fique mais fácil aos resistentes entenderem a importância das cotas. Índios e negros, e pobres, e índios e negros pobres, desde-sempre foram sacrificados com as cotas às avessas. Garantir-lhes reserva de vagas no ensino superior é uma reparação a essa injustiça histórica. Sabemos que não foi você quem sustentou a dizimação dos nossos índios, também que você nem era nascido na época da escravidão. Mas, repare: você usufrui uma sociedade constituída a partir, inclusive, desses erros. Deve, da mesma forma que se beneficia, dar sua parcela de sacrifício na reparação dessas atrocidades.

Josinaldo vai se especializar em Saúde da Família e pretende atuar em comunidades indígenas. Para saber mais da história dele, confira aqui a matéria d' A Voz do Brasil (cuja veiculação deve, sim, permanecer obrigatória em rede, às 19 horas) e, aqui, a da Agência UnB.

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