Siglas do Ministério da Saúde. Setor privado segue o mesmo caminho |
De Curitiba
Reclama-se muito do gerundismo, dos textos abreviados e cheios de carinhas e bocas da internet, do estrangeirismo, mas o que tem incomodado mesmo é uma mania que se espalha pelas corporações, públicas e privadas: a de se por sigla em tudo.
Nenhum setor, nenhum projeto, nenhum programa, nenhum evento, nem a mais corriqueira das reuniões, nada mais tem nome por extenso, é chamado por uma palavra, uma expressão compreensível. Pra tudo se inventa uma sigla, só reconhecida por quem inventou - e, no máximo, por meia-dúzia ao redor.
Nenhum setor, nenhum projeto, nenhum programa, nenhum evento, nem a mais corriqueira das reuniões, nada mais tem nome por extenso, é chamado por uma palavra, uma expressão compreensível. Pra tudo se inventa uma sigla, só reconhecida por quem inventou - e, no máximo, por meia-dúzia ao redor.
É uma praga, que empesteia, como a semente transgênica espalhada pelas transnacionais do agronegócio.
É “depê não sei quê” pra cá, “ceapetê” pra lá, “jotagêagáefe” pra acolá...
Uma sopa de letrinhas em placas, memorandos, e-mails: “CPBZR”, “DGHR”, “SPQWPYZ”...
Por que não chamar o setor de contabilidade de “contabilidade”? O almoxarifado de “almoxarifado”? A reunião semanal de gerentes de “reunião semanal de gerentes”? Não... É “Decontab”, “Sealmox”, “RSG” e pérolas do tipo.
Ah, não tem como deixar de fora - até porque são campeões - os textos acadêmicos. Os artigos, teses, dissertações, que deveriam trazer conhecimento a ser compartilhado, são um emaranhado de siglas por centímetro quadrado. É cada mostrengo, parece que feito para realmente não ser entendido.
Quer saber? VTNC!*
(Em tempo: sigla para “vai tomar no copo”)
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