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sábado, 22 de junho de 2013

Nesta hora difícil, "tamo junto"

Encontro (não com Fátima, com Dilma), em Paranaguá, janeiro de 2007
De Curitiba

Tenho divergido muito de ti de um ano para cá, pelo deslocamento à direita do teu governo, por ter deixado na gaveta algumas pautas progressistas.

Há pelo menos uns quatro ministros do núcleo central que a senhora poderia tirar de campo; me incomoda a aproximação com gente como a Kátia Abreu e o distanciamento de grupos como o sem-terra e os indígenas, entre outros movimentos sociais que mereceriam ser recebidos pela senhora com mais frequência.

Esse descontentamento venho expressando pelo twitter e neste blog mesmo.

Expus minha discordância com a privatização do sistema portuário e com os leilões dos blocos de petróleo (relembre aqui). Sobre a omissão na guerra contra os índios imposta pelo "agrobusiness", também reclamei aqui.

No Dia das Mães, publiquei uma carta aberta a Vossa Excelência: está neste link.

As críticas, no entanto, não me impedem de continuar reconhecendo os avanços do teu governo e do teu antecessor, Lula.

O governo Lula-Dilma tirou milhões de brasileiros da miséria, implementou políticas sociais que possibilitam que o jovem filho de família pobre possa fazer faculdade, levou luz pro sertão e está levando água, promoveu a aproximação com os povos latino-americanos e africanos, reativou os cursos técnicos profissionalizantes, implantou campi de universidades públicas nos centros mais desenvolvidos e nos mais atrasados, criou o Samu e as UPAs etc etc.

Por esse legado (que ainda está longe de ser o ideal, poderia ser mais acelerado, mas é muito mais do que foi feito em 500 anos), é que nesta hora difícil, em que a elite se aproveita dos neoindignados "pacíficos" "apartidários" para, com a grande mídia, dar o golpe - já que pelo voto popular não conseguiu lhe tirar da Presidência da República -, é que estou contigo, Dilma Vana Rousseff.

Por esse legado, porém não só; pelo respeito à democracia.

Estar contra Dilma agora não é estar só contra a presidenta; é estar a favor de um golpe o qual - basta conferir a cobertura da Globo e a capa da Veja desta semana - está sendo muito bem orquestrado.

Todo mundo tem o direito de estar a favor ou contra o governo Dilma. Os que estão contra, todavia, têm que tomar cuidado pra não serem massa de manobra de interesses que nada têm a ver com as boas intenções dos que clamam por um Brasil melhor.

Quem estiver contra o governo Dilma pode perder o medo e reforçar a militância dos partidos de oposição para, dentro das regras do jogo (legais e legítimas), lutar para eleger um candidato, ou candidata, que se contraponha a Dilma. Ano que vem tem eleição e eleição se ganha no voto, via partido político, não em enquete ou "petição online" no facebook.

Só advirto, aos que realmente almejam um Brasil melhor, a não se precipitar na escolha do partido. Afinal, há uns partidos fortes na oposição por aí que a vida toda foram governo e dilapidaram o patrimônio público, deixaram o país às escuras no apagão, provocaram arrocho salarial, elevaram a carga tributária pra custear a bolsa banqueiro e aumentaram a distância entre a maioria mais pobre e a minoria mais rica.

Um comentário:

  1. é isso aí wagner! e claro que também estou junto, com todas as ressalvas e críticas que, como vc, também venho fazendo. talvez agora ela desperte, e chute a bunda das múmias e dos picaretas que tão próximo a cercam. abraço! rgava

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