Respeitar a sinalização é indispensável. Mas não basta (foto: WAA) |
De Curitiba
Está na hora de uma campanha de saúde e de segurança pública para alertar a galera sobre o uso excessivo dos fones de ouvido.
Tempos atrás postei aqui: o que vai ter de gente com problemas de audição num futuro próximo não tá no gibi.
Agora observo o risco para o trânsito, depois de presenciar o que seria um atropelamento fatal.
Passava das 18h30, horário de pico no Centro de Curitiba. O ônibus em que estava trafegava pela canaleta da Avenida Marechal Floriano Peixoto, sentido Praça Carlos Gomes, mais ou menos a uns 50 km/h.
De repente, antes de chegar no cruzamento com a Rua André de Barros, o motorista começa a buzinar e pisa fundo no freio; sobe um cheiro de borracha queimando, marcas de pneus ficam no asfalto.
O micrão consegue parar a tempo, a pouquíssimos metros de uma menina que tira os fones do ouvido e só então percebe que esteve perto de ser levada. O motorista, assustado como os passageiros, esboça um pito - "presta atenção" -, respira fundo e segue viagem.
Do coletivo, nós os passageiros avistamos a menina seguir caminho um pouco amedrontada - nem tanto pelo risco que correu, mas justamente por não ter se dado conta do risco que correu.
"Esse pessoal fica com esse fone no ouvido escutando música e 'viaja'", alguém comentou. "Outro dia 'não sei quem' quase foi atropelado porque 'tava distraído, com um fone no ouvido", emendou outro.
Não é alarmismo não, nem lenda dos perigos urbanos.
É fato. Além do distúrbio sociológico - é cada um no seu mundinho e no do som que chega aos seus ouvidos - o hábito torna o andar nas ruas mais inseguro.
Pra tudo tem hora e lugar. A música pode esperar um pouquinho.
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