Daria pra implantar aeromóvel em cada cidade (foto: Governo Federal) |
De Curitiba
Já falamos aqui, mas vamos repetir - até porque a aberração continua: não é salário de deputado e senador, não é gasto com funcionalismo, nem com viagens de autoridades, muito menos bolsas dos programas sociais. Não é isso que suga dinheiro deste país e impede que invistamos em escolas e hospitais "padrão Fifa".
O que emperra o nosso progresso é o bolsa banqueiro.
Isto é o bolsa banqueiro: nos primeiros sete meses deste ano, das receitas da União, Estados e Municípios, R$ 141,5 bilhões - ou 5% de todas as riquezas produzidas no Brasil - foram transferidos a bancos como pagamento de juros.
Os dados são do Banco Central.
Não à toa os bancos mês a mês batem recorde em lucros. No primeiro semestre do ano, apenas o Itaú, o Santander, o Bradesco e o HSBC lucraram, juntos, R$ 16,5 bilhões. Estamos falando de lucro, isto é, de sobra.
Quanto sobra do seu salário?
Para se ter uma ideia do quanto é essa montanha de dinheiro chupada pelo bolsa banqueiro, basta comparar a cifra de mais de R$ 141 bilhões com os projetos de mobilidade urbana do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Em média, os projetos para as regiões metropolitanas estão orçados entre R$ 1 e 2 bilhões por região (ver aqui).
Ou seja, o que já foi pago em juros pra banco equivale a 100, 150 projetos de obras de metrô, VLTs, corredores de ônibus. Seria o fim do caos no trânsito.
Outro exemplo: há um mês, a presidente Dilma Rousseff inaugurou em Porto Alegre uma linha de aeromóvel, de pouco menos de 1 quilômetro de extensão. Custou R$ 37,8 milhões.
Com o dinheiro que foi gasto com banqueiro dava pra implantar 40 mil linhas iguais a essa de Porto Alegre - o que equivale, por baixo, a mais de dez linhas em cada um dos municípios de todo o território nacional.
Já era pra gente estar voando de aeromóvel há muito tempo.
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