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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Dilma anuncia obras em Santos e corrige erros de governos de 15 anos atrás

Túnel ligando zonas Leste e Noroeste terá investimento federal
No final dos anos 90, Estado e União se ausentaram e não prepararam a região metropolitana da Baixada Santista para o crescimento urbano. Hoje, PAC da Mobilidade tenta recuperar o tempo perdido.

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Postado de Curitiba
A presidente Dilma Rousseff esteve em Santos nesta quinta-feira, dia 26, anunciando liberação de recursos federais da ordem de R$ 481,4 milhões para obras de mobilidade urbana na cidade e de mais municípios da Baixada Santista.

Os investimentos fazem parte do chamado “PAC Mobilidade”, vertente do Programa de Aceleração do Crescimento voltada a intervenções nas áreas de transporte e trânsito.

Os recursos serão destinados a projetos que deveriam ter sido, no mínimo, pensados 15 anos atrás.

Isso mesmo.

Pelo menos desde o final de 1998, quando começaram as obras de construção da segunda pista da Rodovia dos Imigrantes, principalmente os governos estadual (Mário Covas/Geraldo Alckmin) e federal (Fernando Henrique Cardoso) à época deveriam ter se preocupado, planejado e investido em obras que garantissem, quando da entrega da nova pista, a mobilidade urbana na Baixada Santista.

Afinal, nem precisava ser entendido em engenharia de tráfego para antever que todo o aumento de fluxo de veículos estimulado pela nova rodovia desembocaria numa região metropolitana carente de vias urbanas de maior capacidade e, principalmente, carente de transporte coletivo de massa.

Apesar dessa evidência, nada foi feito. Governo estadual e governo federal se omitiram; as prefeituras, se acomodaram.

Nenhum quilômetro sequer de corredor de ônibus metropolitano foi projetado, muito menos implementado. Não foram experimentadas opções de transporte aquaviário.

O pouco que havia foi destruído: o Trem Intrametropolitano, o chamado “Tim” - mantido pelo Governo do Estado e que ligava a área continental de São Vicente à Estação Sorocabana, em Santos - em vez de ser modernizado foi extinto, com a promessa de ser substituído pelo sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) – o que só agora começa a virar realidade (incluído no PAC).

A segunda pista da Imigrantes foi entregue no final de 2002. A nova via de acesso e o cenário econômico favorável na última década fizeram aumentar as viagens a negócios e lazer ao litoral; o fluxo de caminhões para o Porto de Santos se elevou extraordinariamente.

Na Baixada Santista, porém, continuamos a ser transportados por um sistema de ônibus ineficiente, atrasado, preso em engarrafamentos em vias acanhadas, esburacadas.

O PAC Mobilidade na Baixada Santista vem, portanto, corrigir erros de mais de uma década. Segundo informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, os R$ 481,1 milhões anunciados serão assim distribuídos:
  • Corredor metropolitano Santos-São Vicente: R$ 456 milhões. Do total, R$ 228 milhões são do Orçamento Geral da União e R$ 228 milhões de financiamento público com juros subsidiados. A obra do corredor prevê a implantação de 16,64 quilômetros de corredores exclusivos de ônibus que interligarão a Zona Leste à Zona Noroeste de Santos e às ligarão ao município de São Vicente. Serão construídos dois túneis no maciço central da Ilha, de 1,35 quilômetro cada, e uma passagem inferior no entroncamento da avenida Nossa Senhora de Fátima com a Avenida Divisória, divisa entre os municípios. Além disso, a obra conta com a reconstrução/alargamento de pontilhões sobre os canais de drenagem. O empreendimento também prevê baias para a parada dos ônibus de pavimento rígido e, em alguns trechos, haverá a alteração dos sentidos das vias e implantação de corredores binários.
  • A cidade de Praia Grande receberá R$ 11,7 milhões do Orçamento Geral da União para obras de implantação do corredor Via do Cidadão que formará um anel com a marginal da rodovia Manoel da Nóbrega. Será realizada a construção de cinco quilômetros de corredor exclusivo de ônibus e a requalificação do pavimento, sinalização, sistemas e baias para a parada dos ônibus.
  • O município de Bertioga contará com R$ 1,2 milhão para implantação de terminais de integração no Centro (R$ 330 mil), na Riviera (R$ 460 mil) e em Boraceia (R$ 410 mil).
  • A prefeitura de São Vicente receberá R$ 1 milhão do Orçamento Gerald a União para elaboração do projeto de corredor metropolitano de São Vicente. A expectativa é que sejam implantados 16,21 quilômetros de corredores exclusivos de ônibus para integrar o túnel de Santos com São Vicente. A intervenção prevê requalificação do pavimento, sinalização, sistemas e baias para parada dos ônibus em pavimento rígido.
  • O município de Cubatão terá R$ 1 milhão do Orçamento da União para elaboração de estudo de viabilidade técnica e econômica da ligação Cubatão/Santos. O objetivo é definir uma solução de transporte coletivo que ligará Santos a Cubatão.
  • Da mesma forma, para o município do Guarujá foi destinado R$ 1 milhão para elaboração de estudo de viabilidade técnica e econômica do corredor Avenida Santos Dumont/Avenida D. Pedro I. O estudo prevê intervenções na Avenida Santos Dumont, Avenida Ademar de Barros, trecho da Avenida Puglisi, Avenida Emílio Carlos, Avenida D. Pedro I e Avenida do Bosque.
  • Para o Governo do Estado de São Paulo estão disponíveis R$ 9 milhões para elaboração de projetos do BRT Metropolitano – Praia Grande/São Vicente e terminais. O Governo Federal apoiará o projeto que prevê a construção de 24 quilômetros de BRT (18 km Praia Grande, da estação Caiçaras a São Vicente, e 6 km do trevo à estação Samaritá) e de três terminais de integração (Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá). Também está prevista a utilização das marginais da rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

Já ressaltamos neste post aqui que nunca antes na história deste País houve um apoio tão forte do governo federal em obras em transporte de massa como estas do PAC da Mobilidade Urbana.

Nunca a Baixada Santista foi contemplada com investimentos federais desse porte em intervenções viárias desse tipo. E isso mesmo o Estado de São Paulo e a Prefeitura de Santos sendo administradas pelo principal partido de oposição a Dilma, o PSDB. Ou seja, a presidenta mostra que não olha a legenda do prefeito e do governador quando decide investir ou não numa região.

2 comentários:

  1. so que no D.O TUDO isso com certeza sera creditado ao governo do Estado de SP como foram as verbas aos hospitais ...nenhuma linha que o dinheiro é federal!

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  2. Se não divulgarem que os recursos são "federais" (da Dilma), muita gente fica sem saber.

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