Na Amazônia, o encontro do Negro com o Solimões (fotos: WAA) |
De Curitiba
Garoa e temperatura deveras amena, nada a ver com o verão, encontrei na capital paranaense ao chegar hoje da Venezuela.
Como adiantei em post anterior, mesmo de volta ainda poderia trazer aqui derradeiras impressões da jornada.
Vou falar, então, da beleza de cenário que é a rota, por terra, Manaus-Caracas-Manaus.
Não fosse a péssima qualidade do serviço prestado pela Eucatur, empresa de ônibus que tem a concessão para cobrir o trajeto (estou a providenciar reclamações à Agência Nacional de Terrestre; aliás, cadê a licitação prometida pelo órgão, abordada aqui e aqui?), e não fosse também um trecho ruim da estrada (a BR-174, entre a capital do Amazonas e a de Roraima), e o desfrute da viagem seria excepcional.
As adversidades são, ainda bem, compensadas pela diversidade de paisagens diante da janela.
Saindo de Caracas e chegando a Puerto La Cruz, depois de quatro horas de trajeto, o olhar alcança as águas claras do Mar do Caribe.
Depois de Puerto La Cruz, a estrada corta uma série de cidadezinhas e povoados, para reservar, em Puerto Ordaz, a impressionante imponência do Rio Orinoco.
A partir daí as zonas urbanas são mais raras. O cenário, primeiro, é de savana, terreno plano; aos poucos, vai se transformando em florestas mais fechadas, surgem serras sinuosas. De longe, avista-se o gigantesco Monte Roraima, onde em determinado ponto tem-se a tríplice fronteira Venezuela-Guiana-Brasil. Rios à margem da rodovia (por sinal, muito bem conservada, sinalizada e policiada) e quedas d´água do conjunto que forma o monte tornam o visual mais incrível ainda.
Deixado o conjunto montanhoso, a mata dá lugar a campos. Continua assim no lado brasileiro, em Roraima, até Boa Vista. O pôr-do-Sol, como se vê, é fantástico.
Os campos da fronteira com a Venezuela até Boa Vista |
Está entre Pacaraima - cidade brasileira que faz a fronteira com a Venezuela (Santa Elena de Uairén) - e Boa Vista o trecho crítico da estrada. Buracos a todo instante fazem que com o percurso seja feito em três horas, quando poderia ser cumprido em até metade disso. Placas do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) anunciam obras de recuperação que deveriam ser finalizadas em 2010. O prazo parece estar longe de ser respeitado. Ou, se as obras realmente foram feitas, o serviço foi porcamente executado.
De Boa Vista até Manaus, a mesma BR-174 é outra. Asfalto novo, sinalização impecável. O serviço da Eucatur melhora. Troca-se de ônibus na rodoviária em Boa Vista: os veículos são novos, com espaço maior entre as poltronas, de dois andares.
Do lado de fora a paisagem também muda: entre em cena a exuberância amazônica. A rodovia rasga a floresta; em um e outro ponto aparece um povoado, modesto - entre eles, a Vila Equador, onde o ônibus faz parada para lanche e troca de motorista.
É assim até o ponto final, no encontro das águas do Rio Solimões com o Rio Negro. A vista desse fenômeno repõe todo o cansaço das 40 horas de estrada.
Bom, em breve publico fotos no flickr, está bem?
meu camarada,
ResponderExcluirsensacional devem ter sido a viagem, os diários de bordo e as fotos.
imprescindível a brevidade de um próximo encontro, para que derrame todas as histórias da jornada, em especial o mergulho na floresta.
hasta la vitória!
um abraço,
gava
Amigo, sou de Curitiba e pretendo realizar o trajeto no próximo Dezembro. Há linha direta entre Manaus e Caracas da Eucatur ou você utilizou mais de uma companhia? E você foi recentemente?
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