Só quem esperou tanto consegue traduzir a emoção de ver o oceano (foto: WAA) |
De Curitiba
Na viagem de ônibus de Caracas para Manaus, uma família moradora de Maués, às margens do Rio Amazonas, “a dois dias, de barco” da capital amazonense, voltava de uma temporada de veraneio em Isla Margarita. Era a primeira vez que a filha, de 14 anos, via, ouvia e sentia o mar.
Fez-me
lembrar de um post de quase dois anos atrás, neste mesmo Macuco, e
de outro de há poucas semanas, no Socialista Morena (e que morena!, diga-se de passagem), da Cynara
Menezes.
Cynara
defende, e endosso, que o veraneio seja um direito de todo o cidadão,
expresso na Constituição, inclusive.
Diante da
alegria com que a garota descreveu a sensação que teve ao encontrar
o mar (e olha que ela nasceu, se criou e vive à à beira do
amazônico Amazonas), pensei na proposta da Cynara e, com meus
botões, acrescentei: conhecer o mar, este também deve ser um
direito, garantido pela Constituição, de todos os brasileiros.
Nós que
moramos na costa ou próximos dela - ou se moramos longe temos
possibilidades de ir à praia – por vezes não nos damos conta
desse privilégio. Na imensidão do nosso território, há muita, mas
muita gente mesmo distante do litoral – e, pior, sem condições de
viajar até ele.
Ora, por
que - se buscamos a igualdade de oportunidades - não estabelecemos como
prerrogativa constitucional, e não criamos mecanismos para tanto, o
direito a todo o cidadão ver o mar de perto pelo menos uma vez na
vida?
Só quem esperou tanto essa experiência consegue descrever a felicidade
que este simples descobrimento proporciona. E felicidade e
conhecimento são ingredientes básicos para o desenvolvimento de um
povo, não são?
- Aqui, o post "Direito ao mar", deste Macuco
- Aqui, "O direito ao veraneio", da Socialista Morena
- E aqui matéria sobre crianças que foram a Santos nesta semana e, pela primeira vez, estiveram de frente para o oceano
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