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domingo, 18 de julho de 2010

Donde nóis passemo dias feliz...

De Curitiba

2010 é, coincidências deste mundo, o ano do centenário de pelo menos três excepcionais filósofos da vida.

Noel Rosa, homenageado pela Vila Isabel no enredo do último carnaval.

Pagu, tema de exposição na Bolsa Oficial do Café, em Santos (www.pagu.com.br).

E Adoniran Barbosa, venerado numa série de eventos que o Sesc Água Verde promove até o próximo dia 6, em Curitiba.

Adoniran, contador da história e das estórias de uma São Paulo que acelerada e desordenadamente crescia, miscigenava italianos, japoneses a caipiras, nordestinos.

Tradutor, no seu paulistanês, das glórias e das dores do amor.

Denunciador das injustiças sociais.

Adoniran, poeta do povo.

Aqui, vídeos do repertório dele.

E aqui, a relação de suas músicas e respectivas letras.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cai não fica nada

De Curitiba

Tá legal.

Tal qual Paulinho da Viola, eu aceito os argumentos.

É a concorrência com as novas mídias, linhas editoriais desalinhadas com o novo país, com a nova era...

Mas, por favor, não altere o samba tanto assim.

A rapaziada vai sentir a falta.

Há tempos já se foi Última Hora, Tribuna da Imprensa de anos para cá não roda mais, Gazeta Mercantil nem sinal, O Dia vendido e de futuro indefinido.

E, nesta semana, a notícia de que o Jornal do Brasil, a completar 120 anos de existência em 2011, deixará de circular em breve.

Tudo bem, sem mania de passado, sem querer ficar do lado de quem não quer navegar, mas, como aconselha também Paulinho da Viola, durante o nevoeiro, leve o barco devagar.

Nosso patrimônio histórico, cultural, físico ou imaterial, não pode ser sepultado tão naturalmente.

Da mesma forma que entristece assistir a um casarão vir abaixo para dar lugar a um arranha-céu, angustia ver páginas que tantas histórias narraram, tantos fatos estamparam, nunca mais serem abertas.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Xisnovas da Xisnove

De Curitiba

Quermesses, Copa do Mundo, campanha eleitoral, festivais de inverno.

E carnaval.

Com a fogueira recém acesa, entre a disputa do terceiro e a partida final pela taça, antecipando-se à música no alto das serras e antes que presidenciáveis sentem-se para os debates, a nossa X-9 dá início à longa agenda que terminará só em fevereiro do ano que vem.

Avisam-nos da Bacia que neste sábado, dia 10, às 21 horas, a escola apresentará o enredo para os desfiles de 2011.

Entre agosto e setembro, ocorrem as classificatórias para a escolha do samba.

Em outubro, a semifinal e a finalíssima. Em novembro já teremos o hino definido.

Todos os eventos, claro, na Quadra Tia Inês, no Canal 4, Macuco.

"X-9 é raiz, inspiração de bambas".

terça-feira, 6 de julho de 2010

Diga, Plínio

De Curitiba

Quase todo mundo ao redor, inclusive e sobretudo gente com acesso aos mais variados meios de informação, tem confessado desconhecer que Plínio de Arruda Sampaio é candidato à presidência da República.

Plínio não é nenhum aventureiro, nenhum gaiato de legenda de aluguel.

Plínio tem 79 anos de idade e meio século dedicado à vida pública.

Tem sido, no entanto, boicotado pela grande mídia no processo eleitoral deste ano.

Seu nome é deixado de fora das pesquisas de opinião dos Ibopes e Datafolhas da praça. Não é citado na cobertura dos jornalões, tampouco mencionado pelos grandes canais de rádio e televisão.

Até uma emissora pública, que poderia dar o exemplo, esconde Plínio do público: uma campanha no twitter tenta convencer a TV Cultura a, assim como já fez com Dilma, Serra e Marina, entrevistar Plínio também.

Os demais canais relutam em aceitar a participação dele nos debates previstos até o primeiro turno.

Que democracia é essa? Que liberdade de expressão é essa? Que imprensa plural é essa?

A campanha eleitoral 2010 começa nesta terça-feira, dia 6.

Você, nós, temos o direito de receber, de ter acesso a informações suficientes que subsidiem nossa decisão de 3 de outubro.

Esse direito, você sabe, é tão imprescindível quanto o de votar. De modo que procure-o, exija-o!

(Sobre Plínio de Arruda Sampaio: www.pliniopresidente.com. Clicando aqui, você confere matéria sobre palestra feita por ele em Curitiba, a convite do Governo do Paraná, em 2007)

domingo, 4 de julho de 2010

Considerações copeiras domingueiras

De Curitiba

Vamos por blocos:

- COM URUGUAI
"El mundo asombrado con la epopeya uruguaya", bradou a manchete do ótimo jornal La República (www.larepublica.com.uy). De fato, épica classificação da Celeste às semifinais, feito que não alcançava há 60 anos. Como representante de Nuestra América, estamos contigo, Uruguai!

- VALENTE PARAGUAI
"Estamos orgulhosos de nossa seleção", conta-nos, de seu país, a paraguaia Dahiana de Nícola, num misto de lamento pela desclassificação diante da Espanha mas, ao mesmo tempo, de satisfação pela valentia, garra e raça demonstradas pelo time do Paraguai.

-LAMENTO PELA ARGENTINA
A excessiva dependência de dois jogadores - Messi e Tavez - mais uma defesa frágil fizeram a Argentina não aguentar a talentosa e embalada seleção da Alemanha. Aqui, reitera-se, há sempre a torcida pela equipe vizinha (nada dessa tosca e alienante rivalidade forjada pela mídia), a admiração pela figura de Maradona e, nesta Copa, o reconhecimento de que a Albiceleste tinha time sim para chegar à final e ser campeã.

- Ô LOCO, EL LOCO
O futebol está carente de tipos como Loco Abreu, o centroavante uruguaio rei das cavadinhas nas cobranças de pênaltis: competente, comprometido com o grupo, sem perder a irreverência.

- TÁ LOUCO
O futebol, por outro lado, cada vez mais precisa dispensar tipos como Felipe Melo. Nem tanto por ser esquentado, sim por ser desleal e irresponsável.

- SEM BANCO
Faltou um Ganso, um Diego, um Hernanes, um Neymar. Ao levar a virada da Holanda, Dunga não tinha opções no banco capazes de mudar a história do jogo e evitar o destino que se aproximava.

- COM DUNGA
Errou, sim, Dunga, ao convocar um selecionado de cabeças-de-área. Mas acertou ao montar um grupo que priorizou a seleção e não as conquistas individuais; a constituir um time centrado, focado na busca da taça. E conquistou a opinião pública ao, além de não ceder, encarar as pressões globais. Aqui, desde 2006, apoiou-se e se continua ao lado de Dunga.