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terça-feira, 29 de março de 2011

És mãe gentil

Há 318 anos, a capital paranaense acolhe a gente (foto: WAA)
De Curitiba

Ô, pátria adotada, e amada, parabéns!

Estando aqui ou morando longe, serás sempre idolatrada.

Mesmo distante, serás de perto acompanhada, invariavelmente adorada.

Teu inverno - tua marca - é indesejável (falar a verdade, insuportável).

Teus rótulos - "cidade modelo", "cidade sorriso", "capital ecológica" - não condizem com a realidade.

Muito menos essa de "Europa brasileira".

És Brasil, brasileira, Curitiba.

São 318 anos de muita história para contar. São 318 acolhendo esta gente que vem para te decifrar.

Obrigado, Curitiba!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sangue caliente corre nas pistas

Williams tem combustível e piloto da Venezuela, além de Barrichelo (foto: divulgação)
De Curitiba

Arriba, Williams!

Quem acompanha este blog desde os primórdios sabe da torcida que se tem aqui pela equipe britânica.

O apreço histórico ganha um baita reforço para a temporada 2011 de Fórmula 1, que começa neste final de semana com o Grande Prêmio da Austrália.

A Williams será o mais latino-americano de todos os times.

Os dois carros correrão com combustível e patrocínio da Petróleos de Venezuela Sociedade Anônima (PDVSA), a estatal venezuelana que, sob o governo de Hugo Chávez, atua para o crescimento econômico e desenvolvimento social do país.

Um dos carros terá condução de um piloto venezuelano, Pastor Maldonado.

O outro, do brasileiro Rubens Barrichelo, 38 anos de idade, metade deles na Fórmula 1.

A pré-temporada dos dois foi muito boa. E os primeiros testes na Austrália também mostraram que a Williams tem tudo para ser protagonista ao longo do campeonato.

Nos anos 80 e 90 a Williams esteve entre as principais equipes da modalidade. 

Especialmente no início do anos 90, a Williams tinha carros quase imbatíveis. Só não eram insuperáveis de fato porque eram tempos de pilotos muito mais talentosos e arrojados que os atuais. Pilotos como Ayrton Senna, que faziam a competência de esportista compensar a inferioridade da máquina que tinham em mãos.

Mais sobre a escuderia no portal dela: www.attwilliams.com

Neste link, um recuerdo do samba-enredo 2006 da Vila Isabel, campeã daquele ano cantando a latinidade americana: http://migre.me/47cWg
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terça-feira, 22 de março de 2011

INTErnet INTEligente

Ele herdou do avô o nome - e muito mais.

De Curitiba

Como anunciado dias atrás, o Tijolaço, do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ), volta a ser atualizado a partir desta terça-feira, dia 22.

Espaço inteligente na internet tocado por uma cabeça pensante da política brasileira.

Brizola Neto herdou do avô mais do que o nome.

Herdou o patriotismo, o nacionalismo, os ideais socialistas, a defesa intransigente do interesse público, a indignação com as injustiças sociais, a bandeira da educação universal e de qualidade.

Ao contrário do que tentam impor ao senso comum, tem gente boa no nosso Congresso Nacional, e Brizola Neto está nesse time.

Pelo Tijolaço ele se comunica com a gente. Com objetividade e franqueza, expõe e argumenta suas ideias, analisa os fatos, critica o que tem que criticar, elogia o que tem que enaltecer.

Confira você mesmo. Fica a dica, de acesso diário: www.tijolaco.com

sábado, 19 de março de 2011

Corrida triatlética

Troféu Brasil de Triathlon inicia temporada 2011 com etapa em Santos (foto: PMS)

De Curitiba

Já se falou aqui, em tempos remotos, da admiração que se tem pelo triathlon.

Um pouco porque foi um esporte adotado por Santos, 20 anos atrás, quando a cidade passou a organizar uma das principais provas do circuito mundial, o Triathlon Internacional de Santos, e o campeonato brasileiro da modalidade, o Troféu Brasil de Triathlon.

A edição 2011 do Troféu Brasil, a 21ª da história da modalidade, começa, aliás, neste domingo, dia 20 - o que inspirou, pois, este "post".

Serão seis etapas até o final do ano - quatro delas em Santos (inclusive abertura e encerramento) e duas em São Paulo.

Dois dos grandes nomes do triathlon nacional treinam em praias e pistas santistas, são radicados na cidade: Paulo Miyasiro, que tenta o bicampeonato brasileiro no masculino, e Carla Moreno, que busca o nono título do Troféu Brasil no feminino. Outro grande vencedor do circuito, o argentino Oscar Galindez, também foi adotado por Santos. Entre 1997 e 2003, obteve sete títulos consecutivos.

Mas o gosto pelo triathlon não se resume a razões patrióticas. O que faz o esporte admirável é completude da modalidade. Nadar, pedalar e correr exigem resistência física, biológica, psicológica.

É uma pena, no entanto, que um país prestes a sediar uma Olimpíada e que há pouco recebeu Jogos Panamericanos aceite que um dos principais canais de divulgação e fomento à cultura e aos valores nacionais (entre eles, claro, o esporte) praticamente ignore a importância de uma modalidade dessas para o desenvolvimento do desporto brasileiro.

Falar a verdade, pena só não, é inadmissível.

Olha só: por coincidência, neste domingo também começa a temporada da tal "Stock Car".

Nestes últimos dias, que acompanhou o noticiário da maior emissora de televisão aberta, uma concessão pública, foi bombardeado com informações e detalhes da referida categoria do automobilismo. Pergunta-se se alguém viu alguma referência ao início do campeonato nacional - um dos mais competitivos do planeta - de triathlon.

O triathlon é uma modalidade olímpica. A tal "Stock Car"?

Um triatleta depende, essencialmente, de sua condição como esportista. O campo de prática do triatlhon é democrático: praias, parques, praças, ruas. O circuito de triathlon aceita jovens, experientes, veteranos, terceira idade. Mesmo portadores de necessidades especiais, dependendo de qual seja, conseguem competir.

Um piloto da tal "Stock Car" depende, sobretudo, de seu carro, não de sua condição atlética. O campo de prática é restrito, elitizado. O acesso a uma máquina, só para poucos, endinheirados, ou bem patrocinados. "Stock Car" não está em Olimpíada, em Panamericano, mas estampa marcas de bebidas, logomarcas de bancos, da indústria automobilística.

Qual dos dois esportes, portanto, tem maior apelo e interesse coletivo? Qual, por outro lado, atende aos interesses privados?

Um canal de televisão aberta, como dito, é uma concessão pública. Deve, constitucionalmente, focar-se no interesse coletivo, não no privado, como você sabe.

Logo - a batalha será triatlética, mas encaremos - uma "Ley de Medios" já!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Anda-se devagar. Mas se tem pressa

BRS Copacabana é tentativa para se por ordem na bagunça do Rio (foto: PMRJ)

De Curitiba

Estamos a dois anos de entregar as obras de infraestrutura necessárias para sediar a Copa 2014.

Das mais importantes delas - aquelas que signifiquem melhoria na qualidade de vida das pessoas que moram nas cidades, do contrário não faz sentido gastar bilhões para assegurar eventos assim -, nem sinal nas ruas.

Especialmente às referentes à mobilidade urbana e, em particular, ao transporte coletivo. Até porque, por mais óbvio que pareça mas é bom repetir afinal na prática não é o que se vê nos projetos da maior parte das lideranças públicas, as intervenções referentes ao transporte coletivo, e não ao individual (vias para o tráfego de automóveis), é que devem ser priorizadas.

Curitiba, sede, se prende à antiga expectativa pela implantação do metrô. Enquanto isso, o sistema de ônibus há muito opera saturado, desatualizado: ônibus, superlotados, seguem itinerários elaborados há mais de 20 anos, quando o tamanho, os pólos da cidade eram outros. Para qualquer deslocamento é preciso fazer duas, três, quatro baldeações, percorrer caminhos dispensáveis, que só fazem tornar a viagem longa, morosa.

Santos, cidade que se prepara para ser suporte à sede São Paulo, também aguarda o cumprimento da promessa de implantação do metrô leve, os veículos leves sobre trilhos (VLT). Desde os tempos de Mário Covas os governos tucanos paulista anunciam e re-anunciam as obras do VLT. Nem a licitação saiu ainda. Santos e região também se movimentam em um sistema de ônibus abarrotados, rodando por roteiros irracionais. E tarifa cara, especialmente das linhas metropolitanas.

A capital paulista expande vagarosamente sua malha de metrô. A prefeitura e o governo do Estado preferiram investir em mais pistas e pontes, para automóveis, nas marginais Tietê e Pinheiros. O "Passa-Rápido", rede de corredores de ônibus que a Marta Suplicy criou, foi esquecido pelo neossocialista Gilberto Kassab.

No Rio de Janeiro, as redes de trem e metrô, privatizadas, é ineficiente. O sistema de ônibus, uma bagunça. A prefeitura vem tentando organizar. Final do ano passado municipalizou a gestão das linhas e da arrecadação e começa a implantar faixas exclusivas em grandes avenidas. 

O "BRS Copacabana", por exemplo, melhorou bastante a circulação dos ônibus no bairro. Exige uma mudança brusca de cultura, principalmente dos condutores de automóveis que passam a ver seu espaço "tomado" pelos coletivos. Com urgência, o tal "BRS" (sigla de uma expressão em inglês, a qual deveria ser substituída, traduzida, "bus rapid system") precisa ir para o restante da Zona Sul, Centro, Zona Norte, Zona Oeste.

Bom, são só exemplos conhecidos in loco por aqui.

Você aí de Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Recife também deve ter seus problemas a apontar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Puxador da avalanche

O rei, da Sapucaí, é ele (foto: divulgação)

De Curitiba

O enredo campeão do carnaval do Rio de Janeiro falou sobre Roberto Carlos.

Mas o Rei da Sapucaí é Neguinho da Beija-Flor, com sua princesa nilopolitana.

Jamelão, o maior deles, não gostava de ser chamado de puxador de samba. "Sou intérprete", dizia.

Talvez porque entendesse a palavra com um significado menor.

Porque, mais do que cantar, o intérprete do samba precisa puxar mesmo. Puxar os componentes para a apoteose, puxar o público para a avenida.

Puxar a escola para a vitória.

Neguinho da Beija-Flor é assim: ele não só interpreta, com o maestria, o samba. Ele conduz, ele puxa a galera de Nilópolis com ele, uma avalanche na avenida.

Conversando com os nilopolitanos, ansiosos à espera de ver sua escola passar, a gente percebe no brilho dos olhos o orgulho em ser de Nilópolis.

Dos mais pobres municípios da Baixada Fluminense, Nilópolis não tem a refinaria como Caxias, nem as belezas da natureza de Niterói. "Tem Beija-Flor", bate no peito o povo de lá.

Não é à toa que a escola é a campeoníssima, sobretudo nos últimos dez anos.

Uns, por desconhecer a história recente dos desfiles, outros, talvez ressentidos por não verem a escola preferida com o título, tentaram minimizar a conquista da Beija-Flor neste ano.

Alegam que foi favorecida pelo tema do enredo, Roberto Carlos, de forte apelo comercial, artista contratado da Globo.

Ignoram - repita-se, por desconhecimento ou por ressentimento - que a Beija-Flor, os títulos dela mostram, nunca precisou desse tipo de artifício para ser percebida.

Pelo contrário.

Os títulos da escola de dez anos para cá foram obtidos com enredos e sambas nada comerciais, e concorrendo com escolas que priorizaram atores, dançarinos e globais do BBB, em vez da comunidade.

Relembremos:

- Em 2003, a Beija-Flor foi campeã com um enredo que falava das revoltas e mobilizações populares, inclusive as da história do Brasil. Dizia um refrão do samba:

"Grito forte dos Palmares, Zumbi
Herói da Inconfidência, Tiradentes
Nas caatingas do Nordeste, Lampião
Todos lutaram contra a força da opressão"

No final, denunciava a concentração de renda no Brasil:

"Chega de ganhar tão pouco, tô no sufoco, vou desabafar:
'Parem com essa ganância, pois a tolerância pode se acabar"

- No ano seguinte, 2004, um enredo que abordou a Amazônia fugindo do lugar comum de se enaltecer as belezas naturais e riquezas naturais da floresta. Enfatizou as lendas indígenas e caboclas dos povos que habitam a região.

- Em 2005, o tricampeonato, falando sobre as missões jesuíticas e a cultura guarani, com um belo samba carregado de expressões indígenas, nada convencional, portanto. O refrão:

"Na liberdade dos campos e aldeias
Em lua cheia canto e danço o guarani
Com Tubichá e o feitiço de Crué
Na Yvy Maraiê, aiê... povo de fé"

- Outro belo hino, em 2007, foi fundamental para mais um título. O enredo falava da África como berço da nossa cultura popular, heranças que resistiram à opressão - imposta pela exploração da mão-de-obra escrava - do colonizador europeu. O refrão, nada "comercial":

"É Jeje, é Jeje, querebetã
A luz que vem de Daomé, reino de Dan
Arte e cultura, Casa da Mina
Quanta bravura, negra divina"

- Em 2008, último título até a conquista agora em 2011, um enredo sobre Macapá a partir da mescla entre lendas indígenas dos povos nativos e geografia, geologia e astronomia.

"Quem foi, meu Deus, que fez do barro poema?
Quem fez meu criador se orgulhar?
Os Cunanis, Aristés, Maracás
foram dez foram mais, pelo Amapá"

Para 2012, a ideia é um enredo sobre Angola. Com uma sempre inspirada ala de compositores e Neguinho para para puxar, desde já, Beija-Flor favorita a mais uma conquista, podem se preparar.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tira inda não a sandália de prata

Não basta bom enredo. É preciso belo samba e "chão". A Beija-Flor teve (Foto: Liesa)

De Curitiba

Acabou não.

O carnaval tem o último suspiro neste final de semana: desfile das campeãs em São Paulo e no Rio, blocos saideiros no Nordeste...

Então é tempo ainda de falar um pouquinho das escolas de samba.

Porque é importante registrar que foram vencedores os desfiles de enredos com consistência histórica, social, cultural, narrados por sambas inspirados e inspiradores, e não os desfiles com muita plástica todavia pouco conteúdo.

Em Santos, ganhou a X-9. Título de número 23 de uma das escolas mais antigas do país, fundada em 1º de maio de 1944.

"A Pioneira" falou da arte na cultura brasileira a partir da vida e obra do teatrólogo Tanah Correa, que desfilou no último carro alegórico junto dos netos e dez filhos - entre eles o ator Alexandre Borges e sua mulher, a atriz Júlia Lemmertz.

Mas não foram só os globais que agitaram a Passarela Dráusio da Cruz. Levantou o público santista também o samba, as referências ao nosso Barroco, à nossa origem indígena, à herança africana.

Na Nêgo Quirido, em Florianópolis, deu União da Ilha da Magia. A caçula escola ousou ao abordar Cuba, ao falar da revolução e suas conquistas, ao denunciar o bloqueio capitaneado pelos Estados Unidos imposto ao país latino-americano.

Em São Paulo, a Vai-Vai fez bela homenagem ao admirável maestro João Carlos Martins. Levou a música clássica para o sambódromo. Fez muita gente conhecer a história de, ele sim, um fenômeno. Com uma contribuição dessas aos paulistas, merecida vitória da escola do Bixiga.

No Rio o homenageado dispensava apresentações. Mas a Beija-Flor, com toda sua sabedoria e criatividade, soube falar de Roberto Carlos com simplicidade, sem ser, porém, óbvia.

Veio com um samba dos mais belos dos últimos dez anos, que misturou poesia a passagens da história da música brasileira. Comprovou que tem chão; que é, mesmo com a presença de um pop star rodeado por outros famosos, uma escola que ganha porque tem componentes da comunidade, que vivem Nilópolis o ano todo e que se doam à escola na Sapucaí. Com mais samba, menos encenação.

sábado, 5 de março de 2011

Bota a sandália de prata

Sábado passado, milhares curtiram o Carnabonde no Centro de Santos (foto: divulgação)

De Curitiba

A folia já vem de algumas semanas, é verdade.

Mas, agora sim estamos, oficialmente, em período de carnaval.

Aproveite.

O carnaval existe para nos mostrar, anualmente, que estamos nesta vida para nos divertirmos, antes de tudo.

Diversão que pode ser ao som dos sambas das escolas,  das marchinhas das bandas, do axé dos trios elétricos, do frevo dos blocos.

Ou pode ser na tranquilidade de um lugar distante das batucadas e das muvucas. À frente da tela de cinema, diante de um livro, numa visita a um museu. Numa caminhada no parque, num passeio a beira-mar. No retiro num sítio. Espichado numa rede.

A quem está a trabalhar, fique sossegado: o seu carnaval também vai chegar.

Aqui, a preferência é pelo samba das escolas.

Estaremos na Passarela Dráusio da Cruz acompanhando os desfiles das agremiações de Santos. E torcendo, claro, por um desempenho exuberante da X-9, a Pioneira, a escola da Bacia do Macuco.

Ah, à distância ficaremos atento à Sapucaí, fazendo figas para a Vila Isabel bela.

♪ É carnaval, é a doce ilusão. É promessa de vida no meu coração ♪

quinta-feira, 3 de março de 2011

Craque na área

De Curitiba

Nem Elano pelo Santos, nem Liédson pelo Corinthians, nem Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo.

A maior contratação da temporada 2011 é a de um "10" que também é goleador como um camisa 9 e ponta de lança de primeira como um camisa 8. A "11" de um ponteiro também lhe cai perfeitamente e, se precisar, dá uma de zagueiro e joga a bola pro mato que o jogo é de campeonato.

O craque contratado é o jornalista Francisco Camargo, o Pancho. O time: o Jornale, portal de notícias do Paraná.

As tirinhas e as tiradas, as armadas de Pancho Camargo já estão na área: www.jornale.com.br

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